“A empresa que não quer se digitalizar não será mais competitiva. É preciso olhar para a sociedade e ver como ela tem ditado novos comportamentos e formas de consumo.”

Com essa frase de Laércio Cosentino, Fundador e Presidente da TOTVS, Marcelo Gramigna, Head de Ofertas e Manufatura da mesma empresa, começou sua palestra no Parque de Ideias da EXPOMAFE 2023 – Feira Internacional de Máquinas-Ferramenta e Automação Industrial.

Tudo para explicar a jornada digital, que tem se revelado um grande motor de transformação para a indústria, segundo Marcelo. “A tecnologia tem proporcionado empresas mais rentáveis”.

“Toda cadeia tem disrupção”

O que isso quer dizer? De acordo com o Head da TOTVS, existe uma força transformadora que resulta em novas tecnologias, modelos financeiros e recursos avançados de ressuprimentos.

Paralelo a isso, temos também uma mudança na pessoa física: “hoje em dia, os consumidores exigem conveniência e diversificação”, pontuou.

As mudanças do próprio mercado também nortearam o assunto da respectiva palestra. Para Marcelo, as mudanças tecnológicas e regulatórias aquecem a competição.

Mas, e as mudanças na produção? O que temos sobre esse assunto tão fundamental para a indústria? Segundo o conteúdo apresentado é simples: planejamento eficiente, Indústria 4.0, dados e inteligência.

Logo, o que se tem é uma mudança na cadeia. “Assim, surgem os ecossistemas digitais”.

Consumidor em foco

Segundo Marcelo Gramigna, o consumidor é o grande impulsionador de toda a jornada para a indústria digital e a adoção de novas tecnologias por parte das empresas.

“A disrupção provocada pela tecnologia não encontra barreiras de entrada – há um baixo custo de adoção”. Ou seja, em busca de comodidade, qualidade, agilidade e preço, o consumidor provoca as empresas a se adequarem rapidamente às novas tecnologias.

Produtividade na indústria

A transformação digital na indústria afeta sobremaneira a produtividade. Isso, como reflexo de novos comportamentos de consumo, que foram revelados por meio do aumento de tecnologias digitais e soluções especialistas para o chão de fábrica.

O representante da TOTVS aproveitou para sinalizar que “é necessário focar em digitalização, planejamento e automação”.

Dados sobre a digitalização nas indústrias

Para contextualizar as informações apresentadas, alguns dados podem ser utilizados. Segundo pesquisa do CNI, existem diversos ganhos com a digitalização. Entre eles:

  1. Aumento da produtividade (72%)
  2. Melhora da qualidade dos produtos e serviços (61%)
  3. Redução de custos operacionais (60%)

Já as barreiras para a respectiva transformação ficam a cargo dos cenários externos e internos:

Externos:

  1. Alto custo de implantação (66%)
  2. Estrutura e cultura da empresa (26%)
  3. Falta de clareza no retorno sobre o investimento (25%)

Internos

  1. Falta de trabalhador qualificado (37%)
  2. Dificuldade para identificar tecnologias e parceiros (33%)
  3. Falta de preparação do mercado (clientes e fornecedores) (29%)

Para a indústria, no entanto, existe uma visão essencial, que foi apresentada por Marcelo em três tópicos:

1. Omnipresença digital

Mudanças no estilo de vida, modos e critérios de compras, assim como a repriorização de suas necessidades. “Não basta ser digital, a UX (Experiência de Uso) do cliente impacta diretamente na decisão”, alertou o Head sobre a jornada digital.

2. Fábrica Paperless

Simplificação e digitalização de processos com cada etapa da cadeia sendo impactada por atualizações tecnológicas. “Aplicá-las é essencial para a preservação do mercado, pois traz impacto direto sobre custos e rentabilidade”, citou Marcelo.

3. Personalização em larga escala

“Mercados mais distintos e pulverizados pela web ampliam a gama de especificações”. Por exemplo, produtos com alto grau de personalização, desde a sua concepção ou pedido. “Lotes mais variados, de acordo com características de cada grupo consumido, demandam maior flexibilização da indústria”, pontuou mais uma vez o palestrante.

Programa Jornada de Transformação Digital

Por falar em digitalização na indústria, o SENAI-SP aproveitou a sua participação na EXPOMAFE 2023 para divulgar um programa que tem como objetivo ajudar as micro, médias e pequenas empresas a melhorarem o seu potencial tecnológico.

O Jornada de Transformação Digital, como foi batizado o projeto, é resultado da união das forças do SENAI-SP, da FIESP e do Sebrae-SP.

Ele tem capacidade e visa atender cerca de 40.000 empresas dentro do estado de São Paulo em quatro anos.

Segundo Jaqueline Aparecida Vieira de Souza, Agente de Inovação do SENAI-SP, o programa consiste em oito etapas de consultoria e treinamento e todas as empresas podem participar, independentemente do segmento e nível de maturidade tecnológica.

Além disso, é gratuito para empresas com faturamento de até R$ 8 milhões por ano.

“O SENAI visa despertar o senso de competitividade na empresa e incentivar a redução dos desperdícios até que ela adquira maturidade digital”, explicou Jaqueline. Com relação ao passo a passo para quem quer participar, as etapas estão a seguir:

  1. Diagnóstico

Aqui, o programa identifica oportunidades de melhorias nos processos de negócios.

  1. Estratégia

O objetivo dessa fase é definir ou redefinir o respectivo modelo de negócio, com propostas de inteligência de mercado, vigilância tecnológica e design de serviços.

  1. Otimização de processos

Conforme explicou a representante do SENAI-SP, “é por meio da otimização que se sabe a importância da digitalização”. A etapa três compreende manufatura enxuta e eficiência energética.

  1. Mapeamento

Trata-se da elaboração de um road map tecnológico rumo à indústria inteligente.

  1. Automação

Na respectiva etapa, o programa apresenta as soluções em hardware e software constantes do planejamento para a digitalização.

  1. Digitalização

Quando a empresa chega aqui, significa que está na hora de implantar tecnologias habilitadoras da Indústria 4.0. Portanto, recebe uma assessoria para a captação dos recursos em linhas de fomento e financiamento.

  1. Integração

São realizadas as integrações verticais e horizontais de cada cadeia produtiva, com consultoria para digitalização e integração industrial.

  1. Indústria Inteligente

Por fim, é feito todo o desenvolvimento das soluções inteligentes para possibilitar a preditibilidade e a adaptabilidade dos processos industriais.

Para finalizar a apresentação com chave de ouro, Jaqueline deixou um recado: “Se a indústria está forte, o país também está forte”.

A saber, os interessados em se cadastrar no programa podem entrar em contato por meio do endereço jornadadigital.sp.senai.br

No mesmo site existe um espaço para as empresas que querem participar como fornecedoras e incentivadoras da digitalização industrial.

Cobertura Digital EXPOMAFE

Os conteúdos do Parque de Ideias EXPOMAFE 2023 estarão disponíveis online na próxima semana!

Acesse a plataforma Indústria Xperience e confira a cobertura digital a partir de 5 de junho.