O corte a plasma vem rapidamente se tornando uma das escolhas mais populares entre os fabricantes modernos, especialmente durante a fabricação de produtos metálicos que priorizam melhores resultados quando se utilizam métodos de corte mais tradicionais.
Porém, ter dúvidas sobre a qualidade de corte e a vida útil dos consumíveis são relativamente comuns no uso do corte a plasma em variados processos. Neste contexto, alguns são os erros que levantam essas dúvidas. Eles precisam ser evitados para que o corte a plasma perda em qualidade e não atinja os resultados esperados pela fábrica.
Diante disso, convidamos Edson Urtado, Sales Manager da Hypertherm, para falar sobre os fatores que precisam ser adotados para garantir a máxima qualidade deste tipo de corte em todo tipo de fábrica.
Entendendo o que é corte a plasma
De uma maneira simplificada, o corte a plasma é uma tecnologia que faz uso de um gás ionizado de alta temperatura para produzir um arco elétrico muito quente e com alta densidade de energia, que pode cortar qualquer material eletricamente condutivo.
A corrente do plasma é tipicamente criada forçando os gases como nitrogênio e oxigênio, ou mesmo ar comprimido, por meio de um bico com um orifício estreito, enquanto uma corrente elétrica produzida por uma fonte de alimentação externa adiciona energia suficiente para ionizar o fluxo de gás, transformando-o em um arco de plasma com temperaturas elevadas que derrete e corta o metal.
Comparado a outros processos de corte, Edson Urtado explica que o plasma corta com alta velocidade materiais de aço carbono, aço inox e alumínio. “Esse tipo de corte tem a capacidade de derreter o metal quase que instantaneamente após o contato, sendo essencial para cortar tais materiais”, diz.
Erros mais comuns quanto à utilização do corte a plasma
Muitos são os erros cometidos durante a utilização do corte a plasma, exatamente por isso Edson Urtado lista os 7 principais erros e as recomendações a ele associados para garantir um corte a plasma muito mais eficiente:
Usar consumíveis até que “estourem”
Utilizar consumíveis muito desgastados pode não apenas estragar uma peça boa de metal, mas causar falhas graves na tocha. “Cabe ao operador da fábrica verificar periodicamente a qualidade da borda de corte do metal e analisar as peças da tocha quando o corte começar a se deteriorar”, recomenda Urtado.
Usar os parâmetros e peças errados para o trabalho
A seleção de consumíveis depende do material e da espessura que estão sendo cortados, da corrente e do gás de plasma utilizado, além de outros parâmetros de corte. Por isso, Edson Urtado diz ser muito importante operar as peças na corrente certa.
“A melhor qualidade de corte e vida útil da peça é geralmente alcançada quando a corrente é ajustada para 95% da classificação do bico. Se a corrente estiver muito baixa, o corte ficará mal feito; se estiver muito alta, a vida útil do bico será menor”, explica.
Montar a tocha incorretamente
A tocha deverá ser montada de forma que as peças estejam alinhadas corretamente e se encaixem juntas firmemente. Isto garante um bom contato elétrico e um fluxo de gás e líquido refrigerante correto na tocha. Ao trocar as peças, é importante manter os consumíveis em um pano limpo da oficina para evitar que a sujeira ou o pó metálico contaminem a tocha.
Negligenciar a manutenção de rotina
As tochas podem durar meses ou mesmo anos, desde que tenham os cuidados necessários. “Qualquer sujeira, pó metálico ou excesso de lubrificante de anel retentor devem ser removidos da tocha. Para limpar a tocha, use um cotonete e um limpador de contatos elétricos ou peróxido de hidrogênio”, recomenda Urtado.
Perfuração muito baixa
Segundo Urtado, o afastamento – a distância entre a peça de trabalho e a ponta da tocha – é essencial para a qualidade de corte e a vida útil das peças, principalmente a altura da tocha, que durante a operação de perfuração é caracterizada como um fator particularmente importante.
Cortar muito rápido ou muito devagar
Cortar muito rápido ou muito devagar pode gerar problemas na qualidade de corte a plasma. Se a velocidade estiver muito baixa, as peças de corte vão gerar “escória de baixa velocidade”, um grande acúmulo de escória com bolhas na borda inferior. Podem ainda causar um alargamento do kerf e quantidade excessiva de respingos no topo.
Colisão da tocha
Urtado explica que “levantamentos” e colisões podem danificar a tocha de forma irreversível, exigindo como solução uma melhor programação. “As colisões da tocha com a peça de trabalho podem ser evitadas programando o sistema de corte de formas para contornar (e não passar em cima) das peças cortadas”, explica.
Estratégias para garantir máxima qualidade do corte a plasma
Diante de todos os fatores e erros acima apresentados, considerar algumas medidas para garantir maior qualidade ao corte a plasma é mais do que essencial. Neste contexto, Edson Furtado indica que há várias soluções para ajudar a melhorar a qualidade do corte. “É importante testar a cada uma delas para avaliar qual é a mais indicada para a ocasião”.
Dessa forma, na atualidade há uma série de diferentes fatores que o setor deve considerar antes de adotar a melhor estratégia que irá garantir maior qualidade ao corte a plasma, como:
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Tipo de máquina;
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Sistema de corte a plasma;
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Dispositivo de controle de movimento;
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Variáveis do processo (velocidade de corte, altura do corte, opção de consumíveis);
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Variáveis externas (variabilidade de materiais, pureza do gás, experiência do operador)
Diante disso, um operador hábil, com um equipamento com manutenção adequada, pode reduzir incontáveis horas de paralisação em uma oficina e reduzir despesas operacionais quando faz o uso correto do corte a plasma.
“Essa economia resultará em lucros maiores para suas operações de corte e, consequentemente, para a sua empresa”, finaliza Edson Urtado.