Pergunte ao especialista: Quais os protocolos de higienização de superfícies estão sendo adotados pela indústria? O que muda na limpeza profissional tanto das áreas produtivas, quanto administrativa, para que os colaboradores possam sentir-se seguros? Há algum movimento de aculturar os colaboradores sobre a importância da higiene pessoal e do ambiente que ocupa, para conter a disseminação de microorganismos e com isso aumentar a produtividade e diminuir custos com afastamento, absenteísmo…? (Denise Cruz)
Em março de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia global pelo coronavírus. Neste cenário, questionamentos desse tipo fazem todo o sentido, pois a limpeza e a desinfecção de superfícies e a higiene pessoal são maneiras eficazes de conter a proliferação do vírus.
Com o objetivo de contribuir com a indústria e responder ao questionamento da nossa leitora, conversamos com Susi Ane Fiorelli e Márcia Bueno, especialistas da Diversey, empresa líder mundial em produtos de limpeza profissional.
A seguir, saiba mais sobre a importância da limpeza profissional e quais devem ser os protocolos de higienização na indústria para que o setor colabore com a segurança dos colaboradores e sociedade.
Quais protocolos de higienização na indústria precisam ser adotados?
A prática de higienização costuma ser um hábito comum dentro das indústrias, a partir do processo conhecido como OPC (Open Plant Cleaning).
As indústrias farmacêuticas, de bebidas e de alimentos, por exemplo, conhecem a importância da higienização externa de equipamentos e/ou superfícies que têm contato com o alimento, e que podem favorecer a contaminação dos mesmos. Porém, neste momento de pandemia, e depois dele, as especialistas da Diversey recomendam que os protocolos de limpeza sejam revistos.
“Para manter a produção ativa dentro destas indústrias, é fundamental promover a higienização (limpeza e desinfecção) em uma frequência muito maior. Também é importante se preocupar com as superfícies com risco de contaminação dos alimentos e, agora, também dos colaboradores”, ressaltam.
Sendo assim, Fiorelli e Bueno explicam que os protocolos de higienização na indústria devem incluir:
- Revisão dos POPs de higienização;
- Validação do processo (verificação com ATP e análises microbiológicas para a validação, através de análises atualizadas e recomendadas pela ANVISA, Codex Alimentarius);
- Revisão do APPCC e mapeamento dos possíveis riscos (nas indústrias que os possuem);
- Revisão de procedimentos de Boas Práticas de Fabricação. “As indústrias devem priorizar a importância da excelência na higienização das mãos e operações de processo, além de higiene dos colaboradores”, sugerem;
- Revisão e implantação do Programa 5S. “Colaboradores devem deixar somente o básico de material sobre as mesas e implementação de processos, para evitar o aumento das áreas ou superfícies de contato”, indicam.
Mudanças na limpeza profissional de indústrias serão uma necessidade
Além da adequação dos protocolos de higienização na indústria sugeridos, as especialistas da Diversey ressaltam que as áreas produtivas e administrativas do setor industrial precisarão, também, aumentar a frequência de higienização de todas as áreas.
- Limpeza das áreas de comum acesso e de presença de colaboradores. “Importante esclarecer ao colaborador o motivo do aumento da frequência de limpeza nestes locais e como se proteger ao realizar a operação”, indicam Susi Ane e Márcia;
- Limpeza do ar ambiente e confirmação com análises microbiológicas;
- Desinfecção do ambiente, para atingir superfícies pouco tocadas e de difícil acesso com a higienização manual;
- Limpeza e conservação dos EPIs (luvas, capacetes, aventais, etc);
- Aumento da frequência de troca das máscaras e dos separadores de ambiente em locais de maior volume de pessoas trabalhando, sempre respeitando o distanciamento social;
- Implantação do programa 5S.
Além disso, as especialistas indicam que é preciso aumentar a frequência e melhorar a qualidade da higienização de superfícies frequentemente tocadas: “Áreas não produtivas, como maçanetas, descargas de sanitários, interruptores de luz, botões de elevador, teclados, telefones; e áreas produtivas, como válvulas, conexões, parede de tanques, misturadores, tubulações, facas, amoladores, luvas, bandejas de corte, precisam de higiene constante e muito criteriosa”.
Essas recomendações também são indicadas pela OMS, que tem publicado em seu site uma lista de orientações para todo o ambiente de trabalho das empresas e ambientes, industriais ou não.
Aculturar o colaborador ao “novo” normal: a mais importante ação nas indústrias
O movimento capaz de aculturar os colaboradores ao “novo” normal é, na ideia das especialistas da Diversey, o investimento em treinamentos práticos, que torne visível aos colaboradores (qualidade da limpeza) o que é invisível (presença de microrganismos).
“Esta é uma das importantes ações para promover a segurança dos colaboradores. Para isso, podemos utilizar produtos reveladores ou análises de ATP para apresentar de forma imediata a qualidade do procedimento executado aos responsáveis pela higienização e colaboradores em geral”.
Esse tipo de investimento também auxilia na capacitação da equipe, de maneira que tenham consciência da importância dos protocolos de higienização na indústria, evitando executar procedimentos de higienização de forma automática, ou até mesmo falha.
Para isso é preciso realizar treinamentos de atualização e capacitação dos processos de higienização, BPF e Motivação Profissional. Também vale tranquilizar os colaboradores, mostrando a importância dos protocolos de higienização na indústria e dos cuidados gerais no combate à COVID-19.