Você já ouviu falar em testbeds? Eles nada mais são do que vitrines para a aplicação dos conceitos da Manufatura Avançada (ou Indústria 4.0). A expressão, em sentido amplo, se refere a qualquer plataforma de teste, podendo representar um teste de conceito, como no caso do protótipo de um novo carro, por exemplo, ou um teste de produtos finais, como placas eletrônicas.
Em outras palavras, os testbeds são experimentos controlados em espaços reais, executados dessa forma para comprovar a viabilidade técnica e econômica de soluções que aplicam os conceitos da internet industrial. É justamente em um testbed bem-sucedido que se cria uma oportunidade de solução, que, posteriormente, será massificada para outras empresas, setores, etc.
Como são os testbeds?
A duração de um testbed vai depender de sua complexidade. Estima-se que os mais simples tenham uma duração de cerca de três meses, enquanto aqueles mais complexos podem levar até dois anos.
Outra particularidade dos testbeds diz respeito ao número de pessoas neles envolvidas. O que irá definir a quantidade de indivíduos nessas vitrines de aplicações será a complexidade do projeto. Por seu cunho colaborativo, algo bastante comum na Manufatura Avançada, um testbed pode contar com o trabalho em conjunto de competidores tradicionais do mercado.
Marcos Barreto, professor e consultor na Fundação Vanzolini, leva o exemplo dos testbeds para dentro do contexto de interfaces de aplicativos. “São muitas as ferramentas utilizadas para esse tipo de prototipação, que visa permitir uma avaliação, o mais cedo possível, dos aspectos de usabilidade e até tangibilizar interações que, muitas vezes, são complexas de exemplificar em um story board”, destaca.
Nesse sentido de protótipo de interfaces, a técnica é usada na indústria de software, ainda na fase de concepção do sistema, definindo, assim, a sua forma. Essa é uma informação essencial para o desenvolvedor de software, que espera que um designer faça essa concepção.
A Associação Brasileira de Internet Industrial (ABII) possui um programa para publicação de testbeds baseados em aplicações e soluções envolvendo internet industrial no cenário nacional. Em um processo de aplicação da Internet das Coisas (IoT) nas empresas mais moroso do que nos países desenvolvidos, os resultados dos testbeds brasileiros podem justificar aos gestores nacionais a importância dessa tecnologia na indústria do país.
Trazendo um exemplo da área pública no que diz respeito aos testbeds, cabe citar o caso da Prefeitura Municipal de Joinville, em Santa Catarina. Em março deste ano, a ABII anunciou o testbed de semáforos inteligentes. A solução transformou semáforos tradicionais em Sistemas de Transporte Inteligente (ITS), com o uso de câmeras térmicas de tráfego. Por meio do sistema, é possível detectar pedestres, ciclistas e automóveis com 100% de precisão, sem interferência de chuvas, neblinas ou quaisquer condições climáticas.
Além disso, as câmeras coletam, em tempo real, dados das vias, como fluxo de veículos, de ciclistas e de pedestres, permitindo aos semáforos inteligentes a tomada de decisão autônoma sobre o ajuste de intervalo em que devem operar.
Você já tinha ouvido falar em testbeds? Pensa em adotá-los em sua indústria? Deixe sua mensagem no campo de comentários abaixo e até a próxima.