Antes, a transição para uma possível economia de baixo carbono era uma grande meta ambiental na indústria. Hoje, este assunto representa uma estratégia competitiva para o setor.
Investir em tecnologias limpas, eficientes e sustentáveis é cada vez mais uma alternativa eficaz para quem quer reduzir custos operacionais, atender exigências regulatórias e melhorar a visibilidade no mercado.
Tais investimentos podem ser realizados por meio de diversas linhas de crédito e programas de fomento que existem no Brasil.
Eles oferecem condições diferenciadas para empresas comprometidas com a redução das emissões de gases de efeito estufa: ou seja, para a aquisição de tecnologias de baixo carbono. Entre as principais opções, energias renováveis, agricultura de baixo carbono, tecnologia e inovação, e descarbonização industrial.
Panorama industrial brasileiro
Segundo os especialistas da Fundação Certi, a indústria brasileira ocupa um papel central em projetos de baixo carbono, desenvolvendo ações inovadoras e promovendo investimentos que conectem produtividade e responsabilidade ambiental.
“Essa agenda responde às demandas globais e cria oportunidades para o Brasil se destacar em um cenário internacional que valoriza práticas sustentáveis.”
Não à toa, a economia de baixo carbono é considerada a principal abordagem para alinhar o desenvolvimento econômico à mitigação dos impactos ambientais causados pelas atividades humanas. E mais, o mercado de carbono no Brasil foi regulamentado pela Lei n° 15.042/2024, que instituiu o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE).
Para a Certi, “o objetivo principal é reduzir significativamente as emissões de gases de efeito estufa ao longo das cadeias produtivas”.
E a empresa completa que “a economia de baixo carbono tem ganhado força globalmente, com diversos países adotando políticas e investimentos para impulsionar essa transição rumo ao desenvolvimento econômico sustentável. O Brasil é um deles”.
Incentivos financeiros: principais opções no Brasil
O portal A Voz da Indústria preparou a lista a seguir com os principais incentivos financeiros disponíveis em solo nacional para indústrias que desejam melhorar o desempenho sustentável e investir em tecnologias de baixo carbono. Acompanhe!
BNDES: Fundo Clima
O BNDES apresenta financiamentos com taxas de juros reduzidos para projetos de eficiência energética, energias renováveis, transporte sustentável e gestão de resíduos. Além disso, o banco apoia a aquisição de máquinas, equipamentos e sistemas que possam reduzir emissões de carbono na natureza. Sendo assim, oferece a possibilidade de prazos longos para amortização, de modo a facilitar a implementação de projetos estruturantes
BNDES: Programas Finem e Finame
Esses programas compreendem linhas de crédito voltadas à aquisição de equipamentos e a implantação de projetos de sustentabilidade, com financiamento de até 100% do valor. Existem condições especiais para projetos de inovação tecnológica, modernização de plantas industriais e o uso de energias limpas. A saber, o Finem apoia projetos de grande porte e o Finame a compra de máquinas e equipamentos.
Banco do Nordeste: FNE Verde
Por sua vez, o Banco do Nordeste, por meio do FNE Verde, oferece taxas atrativas e prazos de até 20 anos para projetos sustentáveis na região nordeste do país e no norte de Minas Gerais e Espírito Santo. O programa apresenta suporte para empresas com iniciativas de geração de energia renovável, eficiência energética no uso de recursos naturais e redução de impactos ambientais. Quem se interessar pode conferir possibilidades de carência estendida para adequar o fluxo de caixa.
AgeRio: Agência de fomento do RJ
Essa opção traz linhas específicas para trabalhos inovadores e sustentáveis, com juros subsidiados e prazos flexíveis para o pagamento. A AgeRio financia a modernização de processos industriais, o tratamento de efluentes e a instalação de painéis solares. Além disso, oferece atendimento personalizado para adequar o crédito ao perfil da respectiva empresa.
Fomento Paraná: linha Sustentabilidade
Por aqui, as micro, pequenas e médias empresas encontram suporte para investimentos em tecnologias de baixo carbono, com juros reduzidos. A agência contribui com projetos de eficiência energética, geração distribuída e o reaproveitamento de resíduos. Além disso, oferece incentivos à contratação de fornecedores locais, cujo objetivo é impulsionar a economia regional. Saiba mais!
Sicredi: crédito sustentável
O Sicredi possui uma cooperativa de crédito que oferece diversas taxas competitivas e participação nos resultados para associados. São linhas específicas para energia solar, a redução do consumo hídrico e a modernização de equipamentos. Quem estiver interessado, pode conferir o processo de análise simplificado para associados com histórico positivo aqui.
Banrisul: linha Energia Limpa
A linha de crédito do Banrisul é focada na geração de energia renovável e na eficiência energética para empresas do Rio Grande do Sul. Suas taxas são diferenciadas e os prazos estendidos, de modo que a indústria consiga implantar projetos fotovoltaicos, eólicos e de modernização. Confira a possibilidade de financiamento de 100% que eles oferecem.
Atenção ao planejamento!
Antes de contratar qualquer linha de crédito, é essencial avaliar a compatibilidade do projeto da indústria em questão com as exigências de cada programa. Um suporte técnico neste sentido é indispensável. “A economia de baixo carbono representa um desafio, mas também uma oportunidade para transformar a indústria”, finaliza a Certi.