A cadeia de suprimentos assumiu, de uma vez por todas, a logística reversa. Atualmente, a indústria possui uma demanda considerável por soluções sustentáveis, logo, essa modalidade de logística pode contribuir com excelência.
Isso porque ela compreende o retorno de produtos ou materiais do cliente final para o ciclo produtivo. Ou seja, ainda promove a recuperação, a reciclagem e o reuso de diferentes materiais. Quando o assunto é a economia circular, a logística reversa ajuda a reduzir os impactos ambientais e também a otimizar o uso dos recursos naturais para preservar a natureza por meio de uma indústria cada vez mais responsável.
O que é logística reversa?
Logística reversa é o nome dado a um processo cheio de ações e estratégias que focam no retorno de produtos ou materiais para o local onde foram produzidos. Isso pode acontecer, por exemplo, para que possam ser reciclados, reaproveitados ou descartados de maneira adequada. Esse processo é bem diferente da logística convencional que distribui os produtos aos clientes.
Como o nome sugere, o foco está na devolução da mercadoria para que possa ter um destino adequado em vez de jogada no lixo. Inclusive, segundo o próprio Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (SINIR), “nem todo produto pode ser descartado no lixo comum”. A logística reversa é uma ação estratégica para que o meio ambiente receba menos descartes com o fim da vida útil dos produtos. A ideia é incentivar a reciclagem e o reaproveitamento.
Como é feito o processo de logística reversa?
O processo da logística reversa consistem em diferentes etapas:
1. Recebimento dos produtos devolvidos ou descartados (diretamente pelos consumidores ou canais específicos);
2. Inspeção de cada material;
3. Triagem e separação das respectivas peças;
4. Recuperação ou reciclagem (ciclo produtivo);
5. Descarte correto.
Dentro dessas etapas, há sempre um propósito maior: reaproveitar os produtos ou algumas peças para reduzir desperdícios e, principalmente, os impactos negativos no meio ambiente.
Quem são os responsáveis pela logística reversa?
A logística reversa tem muitos responsáveis, entre eles, as empresas fornecedoras dos produtos, o governo (com planos efetivos) e os próprios consumidores. As organizações privadas (indústria, por exemplo) ficam a cargo de criar políticas de devoluções eficientes, de modo a garantir que os respectivos materiais sejam adequadamente reciclados ou reutilizados.
Por sua vez, o governo pode entrar com a regulamentação e incentivos às práticas sustentáveis por parte da indústria e consumidores. De acordo com o SINIR, é responsabilidade do Poder Público fiscalizar o processo e, em conjunto com os demais envolvidos no sistema, promover a conscientização e a educação da população.
As pessoas, por sua vez, têm um papel importante na logística reversa, pois devem seguir as orientações para o descarte adequado dos produtos e participar dos programas de devolução relacionados.
O órgão governamental revela que o consumidor tem a responsabilidade de descartar os resíduos de acordo com as orientações e nos locais determinados pelos sistemas de logística reversa.
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Por que a logística reversa é importante para a indústria?
A indústria deve considerar a logística reversa, uma vez que os respectivos processos contribuem diretamente para a sustentabilidade e também a eficiência operacional. Quando uma organização adere a prática de receber e reaproveitar os produtos, por exemplo, além de reduzir custos com novos materiais, água e energia, ainda minimiza os impactos ambientais.
Para se ter uma ideia, a logística reversa é uma estratégia eficaz para que as empresas possam atender à crescente demanda por ações sustentáveis e por práticas mais responsáveis em diversos âmbitos.
Conforme o SINIR, ela ainda aumenta a vida útil dos aterros sanitários por meio do desvio de resíduos que podem ser inseridos na cadeia produtiva. A logística reversa também contribui para a ampliação da disponibilidade de produtos sustentáveis, gerando oportunidades de emprego e renda.
Importância da logística reversa para a economia circular
Primeiramente, “ganha o cidadão, vivendo em um ambiente mais limpo e saudável”, revela o SINIR. Como é sabido, a economia circular visa a redução dos desperdícios e o incentivo à produção consciente por meio do uso correto dos recursos (reciclagem e reutilização).
Sendo assim, podemos considerar que a logística reversa é uma dos pilares da economia circular, uma vez que ela faz com que os produtos retornem ao ciclo produtivo. Como resultado, os materiais podem ser recuperados, gasta-se menos com novas produções e diversos recursos são preservados.
Ou seja, a logística reversa, além de favorecer a sustentabilidade, ainda contribui com a economia das empresas. É possível descobrir um sistema de produção mais equilibrado e menos dependente de novas matérias-primas. Também, “ampliar o espaço para a geração de novos negócios”, conforme explica o sistema nacional.
Saiba que toda empresa tem a sua fatia de responsabilidade socioambiental – um tema que vem ganhando espaço no sistema de gestão corporativa. Por isso, fica claro que a logística reversa é essencial para as empresas reduzirem impactos ambientais gerados pela produção de novos produtos. Elas acabam, diretamente e indiretamente, influenciando a redução dos resíduos, a reciclagem e o desenvolvimento de soluções mais sustentáveis.
Com relação à economia circular, as mesmas indústrias geram inúmeros benefícios ao promovê-la. Por exemplo, a criação de novas vagas para os setores responsáveis pela reciclagem e recuperação dos produtos, conforme já sinalizou o SINIR.
Quais são os principais exemplos e desafios da logística reversa?
A indústria pode contar com diferentes tipos de logística reversa. O mais comum é o recolhimento de embalagens vazias, seguido pelo reaproveitamento de peças dos aparelhos eletrônicos. O segmento têxtil também tem implementado diversos programas de devolução de peças usadas para que o material possa ser reciclado ou recondicionado.
Sobre os desafios, a logística reversa, mesmo sendo extremamente benéfica, enfrenta alguns gargalos. A falta de estrutura é um deles, junto com tecnologias e processos apropriados para a recuperação dos materiais. Outro ponto a ser considerado aqui é a falta de informação e a conscientização dos consumidores, que devem estar a par dessa importância para participar dos programas de logística reversa.
Isso porque o seu papel é vital para a sustentabilidade na indústria e saúde da economia circular. A implementação eficaz é indispensável. “O Princípio da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos e a logística reversa são dois importantes avanços na gestão dos resíduos sólidos”, finaliza o SINIR.
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