O hidrogênio verde é considerado, hoje, como uma opção efetiva para a indústria, principalmente por possuir aplicações muito amplas.
Ele pode ser usado como combustível direto, na geração de energia elétrica e na mobilidade, como carburante. Também, na produção de fertilizantes, no refino e na siderurgia. A ideia é reduzir as emissões de carbono de processos produtivos.
Segundo Fernanda Delgado, CEO da Associação Brasileira da Indústria do Hidrogênio Verde (ABIHV), trata-se também de uma opção como insumo estratégico para a descarbonização de setores que dependem fortemente de combustíveis fósseis.
“O maior benefício imediato do hidrogênio verde está na indústria de base como a do aço, cimento, vidro e fertilizantes.”
Fernanda revela que estes são setores de difícil descarbonização. “O hidrogênio verde, a amônia, o metanol e os fertilizantes verdes chegam justamente como alternativas para reduzir as emissões sem comprometer a competitividade”, ressalta.
A relevância do hidrogênio verde para a indústria de manufatura
Atualmente, a indústria tem optado por opções sustentáveis para, além de contribuir com a saúde do meio ambiente, ganhar em competitividade e melhorar cada vez mais a visibilidade no mercado.
De acordo com a CEO, na manufatura, o hidrogênio verde representa uma grande oportunidade para a transformação de processos intensivos em emissões de gases de efeito estufa para processos mais limpos.
“Isso fortalece a competitividade da indústria brasileira em cadeias globais que já começam a exigir produtos de baixo carbono.”
Para ela, o uso do hidrogênio verde ainda abre espaço para a inovação tecnológica e novos modelos de negócios.
Hidrogênio verde e a descarbonização
Como já citado pela especialista, o hidrogênio verde, a amônia, o metanol e os fertilizantes verdes estão entre as principais chaves para a descarbonização mundial.
O hidrogênio verde, a propósito, tende a substituir os hidrocarbonetos em setores cuja eletrificação direta é viável, e ainda ajuda a alcançar as metas climáticas globais.
E as boas notícias não param! Conforme Fernanda, há um considerável avanço na indústria.
“Na ABIHV, conseguimos ver avanços concretos na indústria brasileira com relação ao uso do hidrogênio verde. Empresas de diversos setores já estão investindo em pesquisa, engenharia, projetos pilotos e parcerias estratégicas”, comemora a CEO. Ela explica que trata-se ainda de um movimento inicial, mas que já mostra uma visão positiva do futuro.
Além disso, a cada porta que a indústria abre para medidas sustentáveis como a utilização do hidrogênio verde, há um alinhamento com a transição energética global.
“É importante mencionar que implementar uma indústria do zero requer tempo, escala, maturidade tecnológica, investimentos e incentivos”. Ou seja, a indústria precisa de tempo de “maturação”, assim como acontece com o segmento do etanol, biodiesel, energia eólica, energia solar, etc.
Resultados positivos com o hidrogênio verde
Alguns fatos mostram que o país está caminhando a passos largos com relação ao hidrogênio verde e demais medidas responsáveis. Para Fernanda, a quantidade de projetos mapeados em estados como Ceará, Pernambuco, Bahia, Rio Grande do Norte, Piauí e Minas Gerais são exemplos desse novo ritmo.
A saber, há um grande interesse internacional em importar amônia, metanol e fertilizantes verdes do nosso país.
“Outro indicador é a forma como grandes indústrias têm incorporado metas de descarbonização em seus planos estratégicos. Inclusive, a eletrificação da frota é um sinal de maturidade dessa nova forma de negócio.”
Vemos, portanto, que o hidrogênio verde deixou de ser apenas um conceito e já faz parte da agenda real da indústria.
“Grandes projetos mundo afora também têm provado anúncios de avanços concretos, como o Chifeng Net Zero Hydrogen Industrial Park, na Mongólia, o Strategic Interventions for Green Hydrogen Transition, na Índia, e a NEOM Green Hydrogen Project, na Arábia Saudita”, destaca a CEO da ABIHV ao portal A Voz da Indústria.
Ainda no tópico da sustentabilidade na indústria, saiba mais sobre o aço verde.
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