Durante uma palestra no Parque de Ideias, atração da EXPOMAFE 2025, foi levantada a seguinte questão: como as tecnologias da Indústria 4.0 e os ecossistemas de inovação contribuem com a sustentabilidade no setor de manufatura?
Para respondê-la, Pablo de Castro, Diretor Executivo e Comercial da Adeptmec, definiu os ecossistemas como ambientes complexos e dinâmicos.
Segundo o diretor, eles são formados por diversos atores, entre os quais empresas, governos, startups e investidores. “Todos eles interagem e colaboram para impulsionar o desenvolvimento de soluções”, detalhou.
Os ecossistemas de inovação tendem a favorecer o desenvolvimento socioeconômico e tecnológico, bem como fomentar e facilitar a colaboração e conexão entre os atores envolvidos com um propósito em comum: inovar.
“Os ecossistemas podem ter características diferentes. Podem, por exemplo, ser um país, uma região, uma cidade, empresa etc.”, explicou Pablo, dando como exemplo o Vale do Silício, nos EUA, um dos maiores e mais bem-sucedidos do mundo.
Sustentabilidade na manufatura: como ela pode ser percebida?
De acordo com a palestra de Pablo, a sustentabilidade na manufatura pode ser percebida por meio dos benefícios que oferece – econômicos, sociais e ambientais.
O apresentador deu alguns exemplos práticos, entre os quais:
- Eficiência energética: com a implantação de sistemas de reaproveitamento de água e energia solar nos processos industriais;
- Empregos qualificados: com o desenvolvimento de uma cultura organizacional;
- Crescimento sustentável dos negócios;
- Modernização das plantas industriais, com investimento em tecnologia e infraestrutura resiliente: automação e digitalização de processos;
- Redução de resíduos, reaproveitamento de materiais e produção mais limpa.
Manufatura 4.0: o futuro está próximo?
Pablo falou sobre a Manufatura 4.0 e a importância de ter sido criada com base na integração de tecnologias digitais. “A ideia é manter fábricas inteligentes, capazes de se adaptar às demandas do mercado”.
O diretor da Adeptmec ressaltou ainda quão fundamental é que a indústria estabeleça conexões seguras para gerar oportunidades de inovação e contribuir com o desenvolvimento do mercado.
Neste ensejo, apresentou o LinkLab, da Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE), que consiste num programa de inovação aberta, cujo objetivo é acelerar a transformação digital. “Criam-se conexões no ecossistema de inovação brasileiro”.
Junto com o programa, mostrou alguns cases de sucesso, que exemplificam os resultados do LinkLab e a busca por melhorias para um futuro mais próspero na indústria.
Transformação digital no campo: como uma empresa elevou a manutenção com IoT e monitoramento inteligente?
O primeiro case traz uma indústria de etanol que precisava adotar tecnologias da Indústria 4.0 para otimizar a manutenção e ampliar a sustentabilidade operacional. “Foram instalados sensores e gateways, incluindo planos para a detecção automatizada, rotinas de inspeção sensitiva e gestão à vista”, explicou Pablo. Como resultado, a empresa economizou gastos, reduziu 48 horas em OS, alcançou um monitoramento mais eficiente de 50 ativos com 245 sensores instalados e ampliou parcerias, se tornando mais sustentável.
A transformação da produção com dados: como a visibilidade em tempo real pode gerar resultados?
Outro case comentado por Pablo na palestra do Parque de Ideias foi o de uma empresa de embalagens que precisava aumentar a produtividade e obter dados de produção em tempo real para melhorar a análise e a tomada de decisão. De acordo com o conteúdo apresentado, foi implementado um software MES (LiveMES), com ferramentas de visibilidade em tempo real do chão de fábrica.
“Isso permitiu o monitoramento, a análise de processos e ações corretivas mais rápidas”. Com isso, a empresa obteve um aumento de 20% em produtividade e ganhou agilidade para a tomada de decisão e ações assertivas.
Para Pablo, ambos os exemplos mostram que aumentar a produtividade e reduzir custos resultam em sustentabilidade. “É preciso investir no conhecimento e em novas tecnologias”, finalizou.
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