Entre os espaços mais marcantes da EXPOMAFE 2025, o Boteco 4.0 se consolidou como um ponto de encontro entre a tecnologia, pessoas e ideias transformadoras. Com uma proposta descontraída e conteúdo de alto valor, o respectivo palco trouxe debates essenciais sobre os rumos da transformação digital e o impacto da diversidade na inovação industrial.
O portal A Voz da Indústria traz esse TBT sobre a última edição, onde dois painéis se destacaram. Um dedicado à evolução das startups na indústria e o outro sobre a força das mulheres no setor metalmecânico. Em comum, ambos mostraram que o futuro da indústria depende de conexões humanas, mudanças e coragem para inovar. Quem esteve na EXPOMAFE 2025 conferiu de perto.
A evolução das startups na indústria
A integração entre startups e indústrias foi o ponto central da primeira conversa. Mediado por Claudio Goldbach, o debate contou com Fabíola Murta, gerente de transformação digital da ArcelorMittal América Latina, e Tulio Duarte, sócio da Harbor.
De maneira descontraída, os convidados destacaram que a transformação digital não é mais um diferencial, mas uma necessidade estratégica. “A feira é um mundo enorme de oportunidades”, ressaltou Fabíola, apontando que o ambiente industrial oferece terreno fértil para soluções inovadoras. Isso, desde que as startups saibam como se posicionar.
Fabiola compartilhou três conselhos fundamentais para as startups que desejam se conectar ao setor industrial:
- Ter visão estratégica. “Não adianta só ter uma solução sem uma dor para ela ser aplicada”;
- Buscar exposição e conexões. Segundo a especialista, estar próximo de hubs e verticais de inovação abre portas;
- Valorizar a simplicidade. “É preciso ser real, ter resultado, ética e agilidade”.
Ela ainda dividiu uma experiência de aprendizado: um case mal sucedido. Embora aprovada no conceito, uma solução que estava sendo desenvolvida se mostrou inviável tecnicamente na industrialização. “Aprendemos que toda poke deve ser viável tecnicamente”, contou.
Na mesma linha, Tulio reforçou a importância de criar uma embreagem entre startup e indústria, evitando rupturas culturais. “A indústria deve se encontrar cada vez mais com a economia real. E a feira está trazendo mais tecnologia digital”, afirmou.
Para ele, o segredo da transformação está na colaboração. “Procure uma entidade, um hub, para definir a linguagem. Existem instituições trabalhando diariamente para promover essa conexão. A economia digital e a economia real precisam trabalhar juntas para produzir”.
A propósito, o seu case de insucesso ilustrou bem o desafio humano na inovação. Após acertar um piloto de controle de produção com um empresário, o projeto foi interrompido pela resistência interna humana. “A tecnologia funciona, mas se as pessoas envolvidas não são as certas, nada vai para frente”, concluiu.
A força das mulheres na indústria
Nessa outra apresentação, o Boteco 4.0 trouxe ao palco duas vozes femininas que simbolizam a transformação da indústria. São elas: Juliana Rodrigues, coordenadora de sucesso do cliente na Buuk, e Estefânia Domingues, gerente de feiras industriais e desenvolvimento de negócios na Informa Markets, organizadora da EXPOMAFE.
O painel mostrou como a diversidade de perspectivas e experiências das mulheres pode impulsionar a inovação e a competitividade. Juliana, por exemplo, compartilhou a sua trajetória no programa Industry4Her, que conecta mulheres que trabalham no setor industrial. Ela destacou quão impactante é essa rede de apoio e a importância de programas que solucionam desafios reais das indústrias parceiras. Sobre o futuro, disse assim: “reconheço a constância dos desafios, mas entendo que o presente existe para aprender a lidar com eles. Construo o meu caminho a partir de cada novo aprendizado”.
Além disso, ela citou a importância de conhecer novas pessoas no ambiente feminino e o que acontece com as mulheres na indústria, cujo ambiente é majoritariamente masculino. “Precisamos evoluir. Não vai ser para amanhã, mas estar aqui na feira já é uma evolução”.
Um catálogo, uma ideia, o sucesso!
Já Estefânia falou da sua sua jornada na própria EXPOMAFE, que reúne a cada edição milhares de expositores e visitantes. “A feira tem mais gente do que muitas cidades brasileiras”, brincou ao revelar como o projeto nasceu. Ela contou que transformou uma ideia teoricamente simples em um dos maiores eventos industriais da América Latina. Tudo, a partir de um catálogo. “São os pequenos desafios que nos moldam, mas nos fazem persistir”.
Ambas as convidadas do Boteco 4.0 reforçaram a importância dos espaços em que as mulheres possam liderar, inovar e inspirar, de modo a quebrar paradigmas e mostrar que a competência não tem gênero. Em 2027, a EXPOMAFE estará ainda mais engajada para mostrar o valor da força feminina na indústria.
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