A Voz da Indústria faz parte da divisão Informa Markets da Informa PLC

Este site é operado por uma empresa ou empresas de propriedade da Informa PLC e todos os direitos autorais residem com eles. A sede da Informa PLC é 5 Howick Place, Londres SW1P 1WG. Registrado na Inglaterra e no País de Gales. Número 8860726.

7 passos para sua empresa acessar o Mercado Livre de Energia

Article-7 passos para sua empresa acessar o Mercado Livre de Energia

7 passos para sua empresa acessar o Mercado Livre de Energia.png
Para empresas habilitadas, aderir ao Mercado Livre de Energia é uma ótima medida. Para fazer isso da forma certa, conheça os passos essenciais

O Mercado Livre de Energia é um ambiente de negociação bilateral de compra e venda de energia em franco crescimento no Brasil.

Nele, consumidores podem escolher de quem comprar sua energia, negociando a quantidade, preço, prazo e pagamento, conforme suas necessidades.

Este é um tipo de negociação de energia que já está disponível para o segmento industrial. As empresas deste segmento veem neste mercado a melhor estratégia para alcançar economia na compra e consumo de energia elétrica.

Mas será que a sua empresa pode ter acesso ao Mercado Livre de Energia? E se houver a possibilidade, quais são os passos para conseguir acessar este segmento?

Contamos com a colaboração de Marcelo Avila, VP de Soluções em Energia da Comerc, para obter essas respostas e os passos para acessar o Mercado Livre de Energia da forma correta e mais eficiente possível.

Mercado Livre de Energia: sua empresa pode acessar?

O Mercado Livre de Energia é uma realidade há quase 25 anos. Desde então, muitas empresas já migraram para essa nova forma de negociar energia e ter uma série de benefícios e impactos positivos.

Mas, antes de saber se sua empresa pode acessar, vale reforçar o que é o Mercado Livre de Energia.

Para Marcelo Avila, o mercado livre nada mais é do que uma opção para que o consumidor adquira energia de quem ele quiser e na quantidade desejada. 

“No mercado livre de energia, o consumidor tem a possibilidade de acordar preço, prazo de entrega, flexibilidade no fornecimento e tipo de energia.” 

Segundo o VP de Soluções em Energia da Comerc, os principais benefícios são: redução de custos, previsibilidade orçamentária e possibilidade de comprar energia renovável, colocando a empresa dentro das regras ESG.

No entanto, diversas empresas e indústrias elegíveis para acessar o Mercado Livre de Energia ainda esbarram na falta de informação e na insegurança para fazer esta migração.

Avila explica que as empresas que pretendem migrar para o mercado livre devem cumprir algumas etapas, que são diferentes dependendo do modelo que se escolhe, que são:

Modelo “Atacadista”: Opção em que o consumidor se torna um agente da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e precisa ter, junto à distribuidora, demanda contratada igual ou superior a 500 kW. 

“Nesse modelo o consumidor é responsável por uma série de obrigações, como pagamento de encargos e operações de curto prazo”, complementa.

Modelo “Varejista”: Opção simplificada onde o consumidor contrata uma comercializadora varejista para fornecer energia e cuidar da parte burocrática junto à CCEE. 

O especialista da Comerc explica que, a partir de 2024, os consumidores do Grupo A (Alta Tensão = conexões acima de 2,3 kV) com demanda contratada abaixo de 500 kW poderão migrar para o mercado livre nessa modalidade.

Passo a passo para migrar no Mercado Livre de Energia

Para conseguir migrar para o mercado livre há a necessidade de a empresa cumprir alguns passos, que são diferentes dependendo do modelo escolhido.   

Vale ressaltar que, dentro dos passos, há algumas diferenças quanto à quantidade, que variam de acordo com a modalidade (varejista e atacadista).

Mas, de uma forma geral, eles são:

1. Avaliar requisitos de tensão e demanda

Para fazer a migração para o Mercado Livre de Energia, é preciso ter demanda contratada a partir de 500 kW, o que equivale a cerca de R$ 50 mil mensais com gastos em energia elétrica. Também há a necessidade de verificar se está ligado em alta tensão.

2. Análise de Viabilidade Econômica

Para todos os consumidores que pensam em migrar para o mercado livre é importante que se faça uma análise de viabilidade econômica. “É nessa etapa que se identifica o potencial de redução de custo que a mudança irá proporcionar”, afirma Avila. 

No estudo leva-se em consideração as tarifas aplicadas pela distribuidora no mercado cativo e o preço da energia que está sendo praticado no mercado livre.

3. Análise e Denúncia do Contrato com a Distribuidora

Neste passo é fundamental que se analise o contrato firmado com a distribuidora, o conhecido CCER (Contrato de Compra de Energia Regulado), tenha conhecimento da data limite para denúncia e quando ele termina. 

Essas informações são necessárias para formalizar à distribuidora o encerramento do CCER, com no mínimo 180 dias antes do término, e a intenção de migrar para o mercado livre.

4. Estratégia e Contratação de Energia

Para Avila, o segredo do sucesso com a migração está em se fazer uma boa estratégia de compra de energia, e a ajuda de um especialista pode maximizar o resultado e dar mais segurança para o processo. 

“É nesse momento em que o consumidor negocia as condições da entrega da energia, período, montante, tipo, preço, indexador e prazo para pagamento. Por isso, ter uma boa estratégia e profissionais capacitados é essencial”, salienta.

5. Adesão na CCEE

Para o consumidor que migra no modelo atacadista, é obrigatório que ele seja um agente da CCEE e cumpra com todas as obrigações perante a Câmara, que são: 

  •  Pagamento de contribuição associativa; 
  •  Possuir contrato de energia para cobrir 100% do consumo apurado; 
  •  Pagamento de encargos setoriais (ESS – Encargo de Serviço do Sistema e EER – Encargo de Energia de Reserva); e 
  •  Manter atualizados o cadastro da empresa.

6. Abertura de Conta no Bradesco, que é o banco custodiante das operações financeiras da CCEE 

Avila explica que todo agente da CCEE é obrigado a abrir uma conta no Banco Bradesco – Agência Trianon. 

“É nela que ocorre o pagamento dos encargos ESS e ERR e acontece a liquidação financeira do mercado de curto prazo, que pode gerar um crédito ou débito para o consumidor caso tenha excedente ou falta de energia.”

7. Adequação do Sistema de Medição e Faturamento

A adequação do sistema de medição é uma exigência da CCEE, pois ela deve ter acesso direto aos dados de consumo de energia.

Depois que a documentação for conferida pela CCEE, o Conselho de Administração da CCEE (CAd) irá migrar o consumidor para o Mercado Livre de Energia.

Agora que você tem os passos para migrar para o Mercado Livre de Energia, confira cases de sucesso e vantagens do MLE nas indústrias.

Ocultar comentários
account-default-image

Comments

  • Allowed HTML tags: <em> <strong> <blockquote> <br> <p>

Plain text

  • No HTML tags allowed.
  • Web page addresses and e-mail addresses turn into links automatically.
  • Lines and paragraphs break automatically.
Publicar