A indústria brasileira conta muito com as relações internacionais e o comércio exterior. As dinâmicas vindas de fora influenciam nas estratégias com foco em resultados, competitividade, inovação e integração com o mercado estrangeiro em geral.
Como as decisões internacionais afetam a indústria aqui no país?
Consultamos a Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) sobre este assunto, tendo como pano de fundo a nova medida tarifária dos Estados Unidos sobre as importações de alumínio. A saber, o governo de lá anunciou um acréscimo de 25% na respectiva alíquota.
Segundo os representantes da ABAL, com relação a este assunto especificamente, “os efeitos imediatos para o Brasil serão sentidos primeiramente nas exportações e na dificuldade de acesso dos produtos brasileiros a esse mercado”. Ou seja, podemos dizer que é praticamente assim que as relações internacionais e o comércio exterior impactam a indústria brasileira.
O Brasil é uma das maiores economias da América Latina, por isso, sente qualquer mudança de diferentes maneiras e por meio das interações com os outros países, não somente os Estados Unidos. A propósito, essa máxima vale tanto para as oportunidades quanto para os desafios.
Oportunidades
O comércio exterior tende a abrir portas para a expansão da indústria brasileira, dando acesso a consumidores de outros países. Inclusive, novos mercados diversificam as fontes de receitas, reduzindo a dependência da indústria no mercado interno.
Por outro lado, as exportações expõem os fornecedores brasileiros à concorrência externa.
Por exemplo, de países cujo custo de produção é mais baixo ou a eficiência é maior. Temos então, um outro impacto vindo das relações internacionais e comércio exterior: a necessidade de investir em inovação, melhorar a qualidade e reduzir custos.
Desafios no comércio exterior
Os desafios para a indústria brasileira são grandes. De acordo com a ABAL, os produtos brasileiros têm plena condição de competir em mercados altamente exigentes, como o próprio norte-americano. No entanto, com novas sobretaxas, “nossos produtos se tornam significativamente menos atrativos comercialmente”.
Para se ter uma ideia, os Estados Unidos recebem cerca de 16,8% das exportações brasileiras de metal, atualmente.
“Além dos impactos na balança comercial, preocupa ainda mais os efeitos indiretos associados ao aumento da exposição do Brasil aos desvios de comércio e à concorrência desleal”, explica a associação.
Investimentos estrangeiros
As relações internacionais e comércio exterior determinam também o fluxo de investimento estrangeiro direto (IED) no Brasil. A indústria brasileira pode ter acesso a investimentos em tecnologia, infraestrutura, capacitação de mão de obra e expansão da capacidade, de modo a impulsionar a inovação e a modernização dos parques.
As relações com países estrangeiros geram acordos bilaterais ou multilaterais, abrindo portas para que organizações internacionais possam investir na indústria nacional.
Tudo isso tende a gerar empregos, aumentar a produtividade e trazer novos modelos de negócios. No entanto, essa métrica depende das condições impostas pelos respectivos mercados, a exemplo do que vem apontando o governo norte-americano. O Brasil pode se tornar vulnerável a flutuações, sentindo impactos negativos na economia.
A ABAL atesta que é fundamental ampliar as discussões sobre os instrumentos de defesa comercial e a recalibração da política tarifária nacional.
“O objetivo é corrigir distorções no mercado para proteger a indústria nacional contra a concorrência desleal e os impactos adversos.”
Barreiras tarifárias
Por falar em tarifas, algumas barreiras impactam diretamente a indústria no Brasil. Embora alguns mercados, como Estados Unidos e China, sejam importantes destinos para as exportações brasileiras, muitas vezes dificultam a competitividade de determinadas áreas da indústria.
A ABAL considera que tais cenários são desafiadores e requerem sensibilidade junto com diálogo para a construção de soluções que possam evitar disrupturas no suprimento de produtos e materiais estratégicos para a economia brasileira.
Isso porque a economia global é fortemente interconectada e a indústria brasileira pode ser diretamente afetada por qualquer mudança internacional no âmbito econômico.
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