O marketing e suas variáveis. Assim chamamos os conceitos estratégicos que as empresas podem aplicar para obter o engajamento desejado e, consequentemente, o faturamento alto.
Neste universo estão inseridos também os 4Ps do marketing. Você sabe o que é isso? Continue a leitura e entenda a importância do conceito.
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Quais são os 4Ps?
Os 4Ps do marketing são um conjunto de conceitos que servem de base para a construção de toda estratégia de marketing, são eles: Produto, Preço, Praça e Promoção.
O produto diz respeito ao que é oferecido para o cliente, independente de ser um bem ou serviço, e leva em consideração quais atributos a mercadoria precisa ter, como ela será usada, a sua aparência e o nome.
Enquanto isso, o preço trata do quanto será pago pelo produto, e se relaciona diretamente com o valor que o consumidor atribui àquilo que você está vendendo. O seja, se o cliente não entende que o seu bem ou serviço está agregando valor para ele, o quanto ele estará disposto a pagar será bem menor.
A praça, por sua vez, considera onde o cliente procura pelo produto, quais canais de distribuição devem ser utilizados, onde ele será vendido e até mesmo a proximidade de concorrentes.
Por fim, a promoção trata mais da comunicação direta com o público, como informar sobre o preço, condições especiais ou até qual a linguagem que será utilizada para atingir o público-alvo.
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Ou seja, podemos resumir os 4Ps em:
- Produto: o que está sendo vendido;
- Preço: o valor pago pelo produto;
- Praça: onde esse produto será vendido;
- Promoção: divulgação e comunicação sobre o produto.
Segundo Marcos Bedendo, Professor de Branding da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), o conceito dos 4Ps é clássico e sugere que as variáveis mercadológicas (os “Ps”) estejam integradas para que a experiência do cliente seja positiva e alinhada às expectativas criadas sobre o respectivo produto ou serviço.
“Para que o cliente fique satisfeito, é preciso que o produto comunicado seja entregue com as configurações corretas, pelo preço adequado ao seu valor percebido e em locais convenientes”, reitera.
Que tal aprofundarmos um pouco mais? Então continue com a gente!
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Preço
O “P” de preço diz respeito ao valor que será pago pelo cliente, certo? Mas esse conceito não se limita apenas ao processo de precificação, apesar dele ser importante.
O chamado “P de preço” envolve também a decisão de quais os meios de pagamento disponíveis, quais as formas de cobrança, como o valor do produto vai variar regionalmente e até mesmo políticas de desconto e promoções.
Outro aspecto importante do preço, é lembrar que ele é o único dos 4Ps que gera receita (diretamente) para a empresa. Sendo assim, não é viável buscar o preço muito baixo apenas para ganhar da concorrência, se esse valor comprometer o caixa da empresa.
Por outro, se o valor for muito alto, fora dos padrões do mercado, corre o risco de poucas pessoas quererem comprar o seu produto. Ou seja, é preciso buscar um ponto de equilíbrio entre o preço de cada bem e a quantidade vendida, de forma que maximize o lucro da empresa.
Produto
O “P de produto” trata do bem ou serviço que está sendo vendido pela empresa para os consumidores. Esse conceito se relaciona diretamente com o anterior, uma vez que se o seu valor oferece um alto valor agregado, o seu preço poderá ser mais alto sem que as pessoas deixem de comprar.
Para isso, o seu produto precisa resolver as dores e necessidades do cliente, ou seja, melhorando de forma efetiva a sua vida.
Outro ponto importante é lembrar que o “P de produto” também o pilar responsável por monitorar e planejar o ciclo de vida daquele item. Todo bem ou serviço possui um ciclo de vida, e eventualmente pode precisar sair de linha.
Essa parte do planejamento é a responsável por entender quando o produto ainda está começando, em crescimento, atingindo o seu auge, e finalmente, começa a entrar em declínio e, portanto, pode precisar sair de circulação.
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Praça
O “P de praça” não trabalha apenas com o local de venda, mas também considera os canais que serão usados, e até mesmo a logística relacionada a fazer com que o produto chegue ao cliente.
Obviamente que quando o conceito surgiu, na década de 60, não existiam canais de compra digitais que existem hoje, mas eles também estão inclusos nesse conceito.
Seguindo essa linha, um negócio pode se restringir ou dar prioridade a lojas físicas, da mesma forma que pode ser um e-commerce que existe apenas virtualmente. Tudo isso são escolhas quanto a “praça” onde será vendido o seu produto.
Além disso, o “P de praça” também planeja como será feita a entrega do produto, e em quais regiões vale ou não a pena vender. Até mesmo a logística do estoque da sua empresa entra no escopo desse conceito.
Promoção
Quando falamos em promoção, rapidamente pensamos em descontos, liquidações, e outras estratégias relacionadas a condições especiais de pagamento. É importante deixarmos claro que esse conceito não se resume a isso.
O “P de promoção” trabalha, antes de tudo, com estratégias para estimular a demanda pelo seu produto. Para facilitar, associe “promoção” com “promover” e não simplesmente oferecer descontos.
Nesse pilar são trabalhadas as estratégias de publicidade e divulgação do produto, redes sociais, blogs, assessoria de imprensa, marketing digital e até a linguagem utilizada com o público. É o setor que fará a ponte entre o seu produto e os consumidores, apresentando para eles as qualidades que a sua empresa tem a oferecer.
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A importância dos 4Ps do marketing
Conforme o professor da ESPM, o principal ponto da gestão dos 4Ps do marketing é poder controlar adequadamente as variáveis que são tangíveis aos consumidores, para que percebam a oferta completa como algo coerente. “A ausência da gestão dos 4Ps leva a um processo de oferta pouco coerente, o que dificulta a comercialização dos produtos ou a satisfação dos clientes”.
Outro ponto que merece destaque é que sem os 4Ps do marketing a empresa pode ter certos desperdícios de recursos, uma vez que as ações e os produtos correm o risco de serem desenvolvidos de forma desconexa. Resultado: fracasso na conquista dos objetivos.
Como surgiram os 4Ps do Marketing?
A década de 60 foi marcada por intensos debates que buscavam montar uma estrutura que organizasse e classificasse as principais variáveis mercadológicas do Composto de Marketing.
Nesse período, autores como Albert Frey propuseram uma divisão entre oferta e os meios utilizados para a entrega do produto, mas não foi adiante. Outra proposta foi a de Lazer e Kelley, que buscaram uma divisão em 3 fatores: bens e serviços, distribuição e comunicação, mas que também não se consolidou.
O método que melhor atendeu a essa demanda, e que se popularizou veio do livro “Basic Marketing: A Managerial Approach”, onde o autor Jerome McCarthy propôs a divisão das variáveis mercadológicas do Composto de Marketing em 4 grupos distintos, Preço, Produto, Praça e Promoção.
O conceito ganhou ainda mais força em 1967, quando Philip Kotler, o pai do marketing moderno, utilizou essa divisão em seu livro “Marketing Management”, e atribuiu os créditos para Jerome McCarthy, consolidando de vez o conceito.
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Como a indústria pode ser beneficiada
A indústria também manufatura produtos que serão comercializados. Neste sentido, é essencial criar estratégias de marketing e propostas de valores adequadas para que os recursos destinados ao desenvolvimento e comercialização dos produtos sejam bem empregados.
O professor alerta que a indústria pode conceber produtos alinhados às expectativas dos clientes por meio de pesquisas e outras formas de captação de informações. Isso, para que recursos não sejam desperdiçados em produtos difíceis de serem vendidos.
“Entender os clientes e suas necessidades leva a um foco mais assertivo de lançamentos e alinhamento das variáveis mercadológicas. Produto, preço, praça e promoção garantem um maior potencial de sucesso.”
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Marketing: dica do especialista!
De acordo com o professor Bedendo, os 4Ps do marketing devem estar sempre alinhados a um objetivo estratégico, cuja empresa tenha definido previamente.
Por exemplo, se a companhia define que o seu posicionamento de mercado é “premium”, todos os “Ps” devem seguir a uma certa orientação, indicando que o produto é inovador ou sofisticado.
O preço é mais alto do que a média do mercado, a comunicação deve enfatizar os diferenciais do produto e os locais ou forma de comercialização devem transparecer a questão da superioridade da oferta.
Em contrapartida, se a empresa decide que seu produto é de massa, ele deve ter uma configuração média de mercado, o preço deve enfatizar benefícios mais comuns ou ser mais baixo e a venda deve acontecer de forma massiva.
O especialista conclui que “os 4Ps dependem das definições estratégicas. Caso não existam, levarão a uma desorganização do ‘go to market’ e a consequências negativas”.
Agora que conheceu os 4Ps do marketing, continue por dentro de mais dicas de marketing para a indústria com A Voz da Indústria!