As demandas ESG (sigla em inglês para Ambiental, Social e Governança) estão cada vez mais em pauta na sociedade, que passa a cobrar medidas e  mudanças por parte das empresas.

Questões ambientais e os impactos que as indústrias podem causar no planeta ganham espaço a cada dia. Com este propósito, algumas instituições brasileiras estão disponibilizando incentivos financeiros com o objetivo de fomentar a sustentabilidade e a eficiência energética produtiva.

A finalidade é reduzir o uso de recursos naturais e as emissões de carbono.

Nesse contexto, a indústria de manufatura tem grande responsabilidade e deve dar o melhor exemplo possível. As medidas em favor do meio ambiente e, consequentemente, o crédito verde contribuem para aumentar a produtividade, melhorar o sistema produtivo, bem como integrar aspectos sociais, ambientais e de governança.

Crédito Verde

A indústria brasileira tem se voltado para a importância do crédito verde, pois conquista condições financeiras atrativas. Esse financiamento contribui para que as empresas melhorem seus índices de sustentabilidade, com a implantação de tecnologias e modelos inovadores de produção, porém com ênfase na sustentabilidade.

Isto significa que as fábricas, independentemente do segmento de atuação, devem investir em práticas sustentáveis. Elas têm de estar adequadas às práticas exigidas pelas instituições responsáveis, com foco nos efeitos positivos ao meio ambiente.

No caso da indústria, o crédito verde pode ser utilizado a fim de:

  • Efetivar os processos produtivos e os resultados;
  • Implementar ações inovadoras;
  • Investir em eficiência energética;
  • Definir estratégias a longo prazo.

Segundo Kesia Braga, Gerente de Sustentabilidade e Economia da ABDE (Associação Brasileira de Desenvolvimento) os créditos são fundamentais para que as empresas sobrevivam a períodos turbulentos. No entanto, o crédito verde vem para evitar que a turbulência ambiental seja ainda maior e o planeta fique sem salvação, por isso, visa também a mitigação das mudanças climáticas, com fomento à transição energética e energias renováveis.

“O crédito é dedicado às empresas que estão tentando melhorar o meio ambiente”, destaca Kesia.

Ou seja, o candidato ao benefício deve ser responsável quanto ao uso dos recursos naturais. Também, demonstrar o desenvolvimento de projetos com efeitos positivos ao meio ambiente. “Desde 2019 há uma evolução bem rápida de inclusão e incorporação de critérios de sustentabilidade  para a criação de produtos financeiros alinhados com a respectiva pauta”.

Caminhos para o crédito verde na indústria

Para conseguir o crédito verde, as indústrias devem exercer os critérios supracitados. Existem também alguns caminhos que podem facilitar essa conquista, conforme destaca Késia.

1. Relacionamento

“É importante que as empresas tenham um bom relacionamento com seus bancos para poder perguntar sobre as linhas de financiamentos verdes. Além disso, fica mais fácil saber sobre os critérios e as atividades necessárias para a aprovação do crédito verde.”

2. Pesquisas

“Vale também pesquisar sites de instituições, de modo a ter conhecimento sobre as linhas verdes que elas possuem. A própria ABDE tem uma lista de associadas”. Késia completa: “o crédito verde não é necessariamente simples. Tem que atender os objetivos”.

Mecanismos

Mecanismos ligados ao crédito verde podem ser destacados para a indústria. O BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), por exemplo, tem algumas opções, com destaque para as duas abaixo:

1. Meio ambiente

Financiamento para empresas que privilegiam fatores ambientais relevantes. Entre eles, a redução do uso de recursos naturais, a recuperação e conservação da biodiversidade, a gestão ambiental e a recuperação de passivos.

Também com relação aos produtos sustentáveis, eficiência energética e à aquisição de máquinas e equipamentos eficientes.

2. Mudança climática

Conforme falamos anteriormente, um dos objetivos do crédito verde é mitigar as mudanças climáticas. Esse mecanismo conta com alguns subprogramas, inclusive, dedicados à indústria, principalmente, com relação às máquinas e equipamentos, energias renováveis, resíduos sólidos e projetos inovadores.

 Para saber mais sobre o tema, confira também o Guia ESG na indústria.