O controle de qualidade industrial é um dos pilares do setor para garantir a eficiência da produção e a competitividade no mercado da manufatura. A tecnologia está avançando e agregando qualidade aos produtos para agradar cada vez mais o consumidor. E o sucesso nas operações industriais depende do controle de qualidade.
Para se ter uma ideia, a Universal Robots define empresas que utilizam o controle de qualidade como sendo aquelas que buscam padrões de execução ou valores específicos. As empresas têm a liberdade de adotar diversos métodos ou abordagens para assegurar que o produto final seja seguro, confiável e atenda às expectativas dos consumidores.
O Portal A Voz da Indústria preparou este conteúdo por meio do qual você pode compreender melhor o que é esse conceito e quais são as principais tecnologias para o respectivo processo. Confira também como é possível desenvolver essa atividade numa empresa. Continue a leitura!
O que é controle de qualidade industrial?
Segundo o Sebrae, juntamente com a certificação ISO 9000, o controle de qualidade é indispensável para a garantia de produtos e serviços. O processo no geral compreende um conjunto de técnicas, ferramentas e normas para garantir a efetividade dos produtos fabricados na indústria.
Padrões são estabelecidos e respeitados até a entrega ao cliente. Há um controle minucioso que passa pela inspeção da linha de produção e peças finais e caminha para a implementação de auditorias e testes de conformidade.
Ainda conforme o Sebrae, mesmo que ocorram problemas, a presença de processos documentados possibilita a identificação e correção das falhas antes que elas alcancem o consumidor, evitando danos à reputação da empresa ou até implicações legais.
Ou seja, empresas que trabalham sob a curadoria do controle da qualidade conseguem identificar com mais facilidade os gargalos da produção industrial e defeitos nos produtos, bem como corrigi-los para evitar prejuízos futuros e perda da competitividade.
O controle de qualidade industrial tende a assegurar que as organizações e seus parques fabris atendam a requisitos de clientes, órgãos fiscalizadores e até mesmo o próprio compliance.
O Sebrae ainda atesta que, na falta do controle de qualidade, esforços de posicionamento e de marketing são possivelmente anulados. Já a Universal Robots diz que tal inspeção assegura a consistência e a previsibilidade na qualidade dos produtos, permitindo que a produção funcione com o menor desperdício possível de materiais e redução de recursos.
Qual é a função do controle de qualidade?
A função do controle de qualidade é garantir que produtos ou serviços atendam a padrões específicos de excelência, cumprindo requisitos de conformidade e satisfação do cliente.
Ele é responsável por identificar defeitos, monitorar processos de produção e implementar melhorias contínuas para assegurar que o resultado final seja confiável, seguro e alinhado às expectativas do mercado. Além disso, o controle de qualidade contribui para reduzir desperdícios, otimizar recursos e fortalecer a reputação da marca.
A evolução do controle de qualidade: da produção manual à automação tecnológica
Antes do século XIX, não era difícil encontrar uma indústria na qual uma única pessoa se encarregasse de todos os processos de fabricação de um objeto. As ferramentas ou as técnicas, comumente, eram mantidas em segredo.
No final desse século, os processos de produção em série começaram a se evidenciar, trazendo para a indústria o conceito da linha de montagem, com uma sequência de operações técnicas preestabelecidas. O tempo consumido por cada tarefa passou a ser calculado com precisão.
Esse processo, no entanto, foi se aprimorando e deixando de ser manual para se tornar automatizado, de forma bastante gradual. Ainda hoje, diversos departamentos de controle de qualidade nas indústrias continuam com sistemas baseados em papel ou parcialmente automatizados, que não otimizam o controle de qualidade em si, levando a perdas de eficiência operacional, problemas de qualidade e, eventualmente, a recalls.
Em muitos casos, essa transição do manual para o tecnológico se deve à necessidade de ter um controle de qualidade mais estratégico, tendo em vista que, automatizando os processos, é possível reduzir o tempo de resposta nos resultados e corrigir mais rapidamente desvios, eliminando, assim, variabilidades indesejadas e problemas de qualidade.
Para isso, assim como o mercado disponibiliza diversos sistemas de apoio para a automação industrial e gestão do processo produtivo, os laboratórios ou departamentos de controle de qualidade e inspeção em chão de fábrica contam, hoje, com diversos tipos de soluções para otimizar processos, eliminando as atividades manuais e repetitivas, que geram lentidão, são sujeitas a falhas e de difícil rastreabilidade.
“Entre essas soluções, cito o sistema LIMS, que é Laboratory Information Management Systems, que, em geral, é responsável pela gestão das amostras e análises no controle de qualidade. Além disso, os sistemas ELN ou LES, os quais têm como objetivo eliminar o papel e, consequentemente, os processos manuais e repetitivos que, em última instância, comprometem a eficiência e a confiabilidade dos resultados”, explica o CEO na Labsoft Tecnologia, Georgio Raphaelli.
Por que implementar um setor de controle de qualidade?
É fundamental que uma indústria tenha o seu próprio setor de controle de qualidade, com profissionais qualificados para este trabalho. Isso porque a principal meta é garantir a eficiência dos produtos e que eles sejam entregues ao cliente final com todas as especificações em dia. Como resultado, evitam-se os desperdícios e possíveis retrabalhos.
Além disso, o controle de qualidade confere mais eficiência aos processos no chão de fábrica. Entre as principais vantagens, destaque para:
1. Redução de custos;
2. Satisfação do cliente;
3. Otimização de tempo;
4. Certificação ISO;
5. Conformidade;
6. Visibilidade no mercado;
7. Melhoria contínua.
Qual é a principal transformação do controle de qualidade na indústria?
De algumas décadas para cá, o controle de qualidade industrial vem evoluindo substancialmente. Antes, o processo era todo manual e pedia um bom tempo para ser desenvolvido. As inspeções eram realizadas por humanos ou equipamentos simples. Tudo no passo a passo.
Atualmente, a automação e a digitalização comandam esse trabalho. O controle de qualidade, além de mais preciso, ganhou eficiência por meio do uso de sistemas integrados. Todos têm como finalidade otimizar as operações manufatureiras, garantindo ainda o cumprimento de normas e a padronização completa.
Quais são as 7 principais ferramentas do controle de qualidade atual?
Hoje em dia, usam-se ferramentas específicas para a análise e resolução de problemas na indústria. Listamos a seguir. Acompanhe!
1. Diagrama de Pareto
O diagrama de pareto (análise de Pareto) é utilizado para a identificação e priorização dos gargalos que mais podem impactar na qualidade do produto final. Essa ferramenta tende a mostrar os 20% de causas que podem gerar 80% dos problemas. Com isso, a resolução de falhas e prevenção se tornam mais eficientes.
2. Fluxograma
Por sua vez, o fluxograma é uma maneira de representar visualmente o fluxo dos processos fabris, sendo usado para mapear a produção. Também, para identificar pontos críticos de possíveis falhas ou futuros gargalos.
3. Diagrama de Ishikawa (espinha de peixe)
Essa ferramenta é conhecida por alguns como “diagrama de causa e efeito”. Ela ajuda na identificação da raiz de um determinado problema, mapeando os fatores que podem estar influenciando os processo em si.
4. Histograma
Enquanto isso, o histograma é um gráfico que mostra a distribuição dos dados na produção ao longo do tempo. Com ele, a indústria consegue identificar padrões de variação nos processos e analisar se a produção está dentro dos limites do controle de qualidade estabelecidos.
5. Folhas de verificação (Check Sheets)
As check sheets são planilhas usadas para a coleta de dados durante a inspeção do controle de qualidade industrial. Essa mesma planilha confere mais organização e contribui para que a gestão possa identificar tendências e padrões. Ou seja, a coleta de dados se torna mais confiável.
6. Gráfico de controle
Como o próprio nome diz, os gráficos de controle monitoram a variabilidade dos processos de manufatura ao longo de um determinado tempo. Com eles, a indústria pode identificar a estabilidade da produção, bem como suas variações, a fim de corrigir o que for necessário.
7. Diagrama de dispersão
Já o respectivo diagrama é utilizado para a indústria conferir a relação entre duas variáveis, de modo a saber se há alguma correlação. Assim, é possível compreender o que pode ou não afetar a qualidade de um produto.
Como é feito o controle de qualidade?
Vale salientar que, com sistemas de automação e gestão do controle da qualidade, é possível ter melhor visibilidade e eficiência nos controles de qualidade desde a matéria-prima, passando pelos pontos de monitoramento do processo, produtos semiacabados e acabados.
“Em indústrias de processo contínuo, os mecanismos de cronogramas de amostragem dos pontos de controle garantem a automação da criação das amostras de controle de qualidade e a integração com sistemas de automação de processos. Ainda, os resultados de controle de qualidade são entregues em tempo real às equipes de produção”, enfatiza Raphaelli.
Em indústrias de manufatura ou de batelada, os mecanismos de integração com os sistemas de produção garantem a geração automática das amostras na criação dos lotes de controle de matérias-primas, ou produtos acabados nos sistemas de controle da produção, bem como a devolução dos resultados de controle de qualidade em tempo real às equipes de produção.
Como fazer o controle da qualidade?
Fazer o controle de qualidade na indústria envolve a implementação de um sistema estruturado para monitorar e avaliar cada fase do processo de produção. Isso começa com a definição de padrões de qualidade claros, que podem incluir especificações de materiais, processos e características do produto final.
A seguir, são aplicadas ferramentas como inspeções visuais, testes laboratoriais, amostragem estatística e análise de dados para detectar falhas ou variações. A utilização de métodos como o ciclo PDCA (Planejar, Fazer, Checar, Agir) ajuda a garantir a melhoria contínua.
Além disso, é fundamental treinar a equipe, adotar tecnologias de automação e estabelecer feedback regular para corrigir problemas rapidamente e otimizar o processo produtivo, assegurando a consistência e a satisfação do cliente.
Como o controle de qualidade industrial é desenvolvido?
Pode ser desenvolvido em diversas etapas do processo de manufatura. Isso inclui:
1. Inspeção de matérias-primas;
2. Monitoramento da produção;
3. Análise do processo de movimentação e armazenagem;
4. Testes finais no produto acabado.
Sistemas colaborativos nos processos de fabricação
Atualmente, há diversos sistemas colaborativos que têm como objetivo auxiliar no controle de qualidade dos processos da indústria. Entre eles, estão:
ERP: Enterprise Resource Planning
O sistema ERP para indústrias tem se tornado uma ferramenta indispensável. Inclusive, pequenos negócios já identificam a importância em investir em uma tecnologia do tipo para tornar os processos mais eficazes e melhorar sua participação no mercado.
O ERP é, hoje, uma ferramenta indispensável, não só para o controle e gestão das empresas, mas para propiciar redução significativa de custos por meio de uma visão ampla e, ao mesmo tempo, minuciosa dos processos.
“Os sistemas ERP são responsáveis por todo o planejamento de recursos da empresa, como controle de estoques, compras de suprimentos e planejamento da produção, dentre outras possibilidades”, explica o professor Fábio Lima, do departamento de Engenharia de Produção da FEI.
O sistema é projetado para automatizar várias tarefas, como a atualização de calendários e estoques, o envio de notificações e informações para os gestores responsáveis por cada fase do processo, além de acompanhar as atividades em tempo real. Com isso, ele minimiza erros e falhas resultantes de operações manuais, contribuindo para o aumento da eficiência e da produtividade da empresa.
MES: Manufaturing Execution Systems
O MES é uma ferramenta que assume uma grande importância dentro do contexto de digitalização da empresa, sendo capaz de ajudar a indústria a melhorar o seu processo de produção e aumentar o controle sobre a sua manufatura. Entenda a importância disso tudo para a evolução da indústria e como esse sistema pode beneficiar a empresa.
O sistema representa todas as ferramentas utilizadas para gerenciar os processos produtivos do chão de fábrica, tendo como principal objetivo a melhoria destes. Dessa forma, é capaz de auxiliar os gestores na coordenação entre o planejamento da produção e o controle do seu processo produtivo, permitindo que seja avaliado se a execução está realizando o que foi planejado.
Assim, ele apresenta como vantagens a redução de custos de produção, maior visibilidade do chão de fábrica, padronização dos dados de produção e a conectividade dos setores da empresa. É capaz também de prever o cumprimento das metas, diminuir as paradas na linha de produção, além de possibilitar a análise do impacto das ações através de indicadores e ajudar na adaptação e impedimento de problemas para minimizar os impactos negativos.
PIMS: Process Information Management Systems
O sistema PIMS reúne informações geradas de diversas fontes da indústria, permitindo o acesso a dados antigos. Ele ainda cruza informações para oferecer insights de diferentes departamentos.
De acordo com a Gartner, essa tecnologia permite aquisição, exibição, arquivamento e geração de relatórios de informações de uma variedade de sistemas de controle, instalações e negócios.
Um componente crítico na arquitetura de aplicativos de uma empresa de manufatura é criar um repositório comum de informações que possa ser efetivamente aproveitado em aplicativos corporativos e de gerenciamento da cadeia de suprimentos.
WMS: Warehouse Management Systems
O WMS tem como um de seus focos a redução de custos e melhoria na operação. Isso com o objetivo de otimizar todas as atividades operacionais e administrativas. Um sistema de gerenciamento de armazém é uma solução de software que oferece visibilidade do estoque completo de uma empresa e gerencia as operações de atendimento da cadeia de suprimentos, desde o centro de distribuição até a prateleira da loja, de acordo com a Oracle.
A implementação do controle de qualidade na indústria depende de algumas diretrizes. São elas: definição dos padrões de qualidade, treinamento das equipes, escolha das tecnologias, auditorias regulares e adesão das certificações necessárias.
Você já utiliza essas tecnologias para melhorar o controle de qualidade na indústria? Como esse processo é conduzido na sua empresa? Tecnologias e ferramentas específicas são essenciais e você pode encontrar opções nos conteúdos do Portal A Voz da Indústria. Acompanhe!