Uma linha de montagem de motores composta por robôs, câmeras integradas e estações de montagem, capaz de fazer diversas atividades de forma automática. Este foi o resultado do trabalho desempenhado pela Comau - empresa ítalo-brasileira da área da tecnologia e inovação - na fábrica da Fiat Chrysler Automobiles (FCA), em Betim (MG).
Instalada em maio de 2015, a linha da família global de motores Firefly iniciou a operação em setembro de 2016, com capacidade para produzir 400 mil motores por ano. Inicialmente, os motores foram destinados ao Fiat Uno e Mobi, mas, futuramente, serão incorporados a outros veículos da marca Fiat.
O projeto foi colocado em prática por etapas, sendo que a primeira levou, aproximadamente, seis meses e possibilitou o início da produção de motores para testes internos da fábrica. A fase teve como base um processo de engenharia simultâneo, no qual profissionais das duas empresas, Comau e FCA do Brasil e da Itália, definiram o conceito do plano e o seu processo de fabricação. Em maio de 2014, a Comau deu início aos trabalhos de engenharia, nos quais foram projetados os equipamentos que iriam compor a linha de produção. Ao todo, a iniciativa contou com um pico máximo de 200 profissionais integrando a equipe, entre projetistas mecânicos, elétricos, fluídicos, programadores e montadores.
A estrutura da linha de motores Firefly
Desenvolvida inteiramente no Brasil (e com índice de nacionalização de 70%), a solução é flexível e possui alto nível de tecnologia. Não à toa, ao longo de sua concretização, foram empregados diversos recursos. Entre os destaques, sistemas de automação com tecnologia de segurança (safety) integrada para os operadores e mantenedores das máquinas, sistemas robotizados para a aplicação de plasma de limpeza de componentes e sistemas robotizados integrados com câmeras de última geração para garantir a qualidade das montagens.
“Também usamos robôs colaborativos que trabalham em parceria com os operadores nas atividades de manipulação de peças, sistemas em rede para controle do consumo de energia elétrica e fluídica, assim como sistemas autônomos (AGVs) para abastecimento de componentes, com a integração por meio de rede de dados com a logística da fábrica”, ressalta Eduardo Sousa, gerente de projetos da Comau Brasil.
A ala responsável pela pelos motores Firefly tem a capacidade de produzir modelos de 3 ou 4 cilindros, dispensando a necessidade de se realizar setups manuais, ou seja, a linha se ajusta automaticamente ao tipo de motor a ser produzido. “Ela foi desenvolvida seguindo os conceitos de WCM (World Class Manufacturing), que é um sistema de gestão integrado de otimização de custos, logística, qualidade, manutenção e produtividade para níveis de classe mundial, por meio de um conjunto estruturado de métodos e ferramentas integrados com a automação da linha”, explica o profissional.
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