O comparativo mais simples para explicar as smart machines industriais não podia estar mais presente no dia a dia: pense nas smart TVs e smartphones, que vieram para revolucionar a vida das pessoas em todos os âmbitos, profissional e pessoal.

Os aparelhos inteligentes trouxeram conectividade para a rotina, facilitando as atividades cotidianas, como o trabalho remoto, as consultas à distância e o próprio entretenimento.

A capacidade de conexão uniu serviços complementares às necessidades do ser humano, otimizando a relação entre as pessoas e os serviços e produtos.

O que são smart machines?

Mas e a indústria? Como o advento da tecnologia e da Internet tem contribuído para que o chão de fábrica se torne mais produtivo?

A conexão é uma das fontes de inovação aberta para o segmento de máquinas e equipamentos. Segundo Tulio Duarte, Diretor da Acate Vertical Manufatura 4.0, o  conceito smart machines pode ser definido exatamente pela possibilidade de conexão. “Quando conectamos a máquina e começamos a utilizar serviços para potencializar o seu uso, podemos chamá-la de smart machine”.

Ou seja, trata-se de uma troca de dados com serviços e aplicativos, a fim de melhorar os ativos.

A indústria pode contar com máquinas mais modernas, desenvolvidas com tecnologia de ponta, e também com a junção a novas soluções para gerar mais valor à produção. Chamamos esse processo de brownfield – quando a máquina convencional recebe dispositivos IoT e passa a ser inteligente.

“O parque fabril brasileiro possui 80% de máquinas brownfield. O ideal neste caso é o retrofitting digital, com dispositivos IoT, que levam a máquina para o mundo 4.0, com um baixo investimento”, completa Tulio.

Contribuições das smart machines na indústria

O conceito smart machine traz algumas mudanças para o cenário industrial. Alguns pensamentos devem fazer parte do cotidiano da empresa. A inovação digital tem trabalhado o tema da seguinte maneira:

  1. É fundamental mudar o mindset para a ideia de que todo equipamento/ativo é uma fonte de informação e, por consequência, uma provedora de serviços.
  2. Toda informação pode ajudar a resolver problemas de condição de uso, estado atual, desempenho, necessidade, etc.
  3. É preciso definir as personas. Ou seja, para quem a informação pode ter valor – para a própria indústria, os clientes, o concorrente, o fornecedor ou o estado?
  4.  É essencial criar para cada persona, problema e informação uma jornada de soluções, de modo a evoluir a máquina com a adição de recursos digitais.
  5. É possível (e muito) monetizar as soluções criadas por meio dos novos modelos de negócios. “O objetivo é criar uma solução digital nova e ainda gerar valor e ganhar dinheiro com ela”, ressalta o diretor.

Benefícios para a indústria

Levando em consideração que hábitos e valores mudam, Tulio explica que a inovação smart machine oferece novas possibilidades, que se alinham a esses novos costumes e exigências. Confira outros benefícios das máquinas 4.0 para os fabricantes:

  • Diferencial competitivo para o produto final;
  • Monitoramento do desempenho da produção;
  • Melhor relacionamento com o cliente;
  • Aumento da receita;
  • Posicionamento no mercado. A empresa entra para o hall das mais inovadoras;
  • Habilitação para o uso do Finame 4.0.

“O ganho da empresa vai aumentando conforme aumenta a inteligência da máquina”, define Tulio.

Ele conta aos leitores d’A Voz da Indústria que, para colocar uma indústria eletromecânica no universo 4.0 é preciso seguir um processo que consiste em quatro etapas: máquina, conectividade, nuvem e resultados. Para ele, tudo faz parte de um ecossistema de inovação aberta voltado para a indústria.

“Qualquer inovação começa com uma ideia e termina com a aplicação comercial dela.”

Para finalizar, o especialista indica: “todas as empresas se tornarão digitais, assim como todo negócio, toda companhia, todo líder, toda pessoa e todo projeto”.

Saiba mais sobre smart machines com a palestra apresentada na EXPOMAFE!