A crise iniciada em meados de 2014 criou uma verdadeira cisão na indústria brasileira. De um lado, ficaram as empresas que sucumbiram e fecharam. Do outro, aquelas que tiveram de se reinventar, ou seja, procurar modelos de gestão que se adaptassem à nova realidade e lhes dessem a oportunidade de passar pela crise com relativo sucesso. Este foi o caso das Indústrias Romi, fabricante de máquinas-ferramenta, máquinas para plásticos, além de fundidos e usinados que, já no segundo trimestre do ano passado, registrou receita operacional líquida 9,1% superior à alcançada no mesmo período de 2016.
Na entrevista exclusiva à A Voz da Indústria, Luiz Cassiano Rando Rosolen, diretor-presidente da empresa, fala sobre a postura da organização diante dos tempos difíceis provocados pela recessão econômica brasileira, a retomada do mercado e as perspectivas para este 2018 que se inicia. Confira:
A Voz da Indústria: Diante dos índices positivos relacionados à economia divulgados nos últimos meses, podemos afirmar que a crise econômica realmente acabou?
Luiz Rosolen: O ano de 2017 apresentou fraca atividade econômica e alta volatilidade, apesar de alguns dados macroeconômicos terem indicado uma possível recuperação da economia brasileira, como, por exemplo, a evolução moderada nos índices de confiança quando comparados a janeiro de 2017 e a melhora da utilização da capacidade instalada. Mas, independentemente da demanda que o mercado nos oferecer em 2018 e nos próximos anos, sempre buscaremos estar preparados para reagir rápido às oscilações.
A Voz da Indústria: Como a Romi passou pela crise?
Luiz Rosolen: Quando passamos por uma crise, somos obrigados a nos readaptar, sendo essencial o exercício da criatividade e da inovação. Com muito foco e dedicação de todo nosso time, acreditamos que pudemos perceber e capturar todas as oportunidades apresentadas. Nosso sentimento é que estamos saindo dessa crise muito mais fortes e preparados para os próximos desafios.
A Voz da Indústria: Quais estratégias adotadas pela empresa lhes proporcionou “sucesso” nesse período de recessão?
Luiz Rosolen: Realizamos diversos projetos relacionados a adequações em nossa estrutura, redução dos contratos, redução do lead time de fornecedores, agilidade e melhoria nos processos produtivos internos. Todos esses projetos consideram investimentos focados em renovação de máquinas e automação. Assim, acreditamos que estamos continuamente construindo um supply chain mais responsivo e preparado para oscilações de demanda inerentes ao mercado de bens de capital.
A Voz da Indústria: Em sua opinião, falta proatividade ao empresário brasileiro, no sentido de aproveitar momentos de crise para investir na melhoria da sua produtividade, por exemplo?
Luiz Rosolen: O cenário econômico, com alto grau de incerteza e volatilidade, desestimula a expansão dos negócios e impacta negativamente os níveis de investimento no país. Contudo, é importante não nos deixarmos abater e nos preparar para novas oportunidades. Em nossas fábricas, por exemplo, percebemos a importância de se trabalhar com lotes unitários, da flexibilização da produção e do monitoramento remoto para a nossa competitividade. Esses benefícios podem ser aplicados a qualquer tamanho e tipo de fábrica, e nós desenvolvemos soluções que visam adequar nossos clientes a essa realidade, para que ganhem ainda mais produtividade e competitividade em seus processos. Acredito que a realidade já está mudando. Hoje, notamos claramente uma mentalidade empresarial muito mais madura, profissional e cada vez mais desassociada do ambiente político. Sem dúvida, nossos clientes sairão muito mais fortes e produtivos dessa crise.
A Voz da Indústria: É importante investir no pós-crise?
Luiz Rosolen: Sim. Não investir é não estar preparado e não estar à frente dos concorrentes. O Brasil está passando, e deve passar com mais intensidade nos próximos anos, por um processo de aumento de produtividade e inovação, atualizando os conceitos de manufatura, especialmente incorporando inteligência aos processos fabris e aos equipamentos. Tecnologia e inovação são pontos imprescindíveis para se destacar frente aos concorrentes. Neste sentido, estamos atuando fortemente para entregar aos nossos clientes soluções que agregam automação e produtividade ao seu parque fabril.
A Voz da Indústria: O que você pode destacar em relação à participação das Indústrias Romi na 2ª edição da FEIMEC – Feira Internacional de Máquinas e Equipamentos, que acontece entre os dias 24 e 28 de abril no São Paulo Expo?
Luiz Rosolen: Trabalhamos muito para sempre oferecer aos nossos clientes a mais moderna tecnologia para que eles fiquem cada vez mais competitivos. A FEIMEC é um dos principais eventos em que podemos apresentar nossas novidades para o mercado, recebendo cada cliente com todo o conforto que ele merece, reforçando o padrão de atendimento que nós buscamos sempre oferecer.