O AGV (Automated Guided Vehicle) é um tipo de robô autônomo que serve como solução para lidar com problemas de gerenciamento de armazéns ou com o fluxo de materiais e produtos de uma indústria.

Trata-se de uma forma moderna, econômica e segura de gerir a distribuição no ambiente de produção com o escalonamento, por exemplo, da automação flexível.

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O que são AGVs?

Os AGVs são veículos guiados de forma automática utilizados para transportar cargas e materiais em armazéns, indústrias ou outros centros de distribuição

O uso desses veículos aumenta a eficiência da gestão de estoques, uma vez que agilizam esse transporte de cargas internamente, além de terem a vantagem de não cansarem nem pararem para a famigerada hora do cafezinho.

Mas o que significa a sigla AGV?

AGV é uma sigla para Automated Guided Vehicle, traduzindo, veículo guiado automatizado.

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Como os AGVs funcionam?

Os AGVs, resumidamente, são robôs móveis que se deslocam de forma automática, se guiando por linhas ou fios marcados no chão. Perceba que eles não montam seu trajeto de forma autônoma, mas seguem aquele pré-determinado por essas marcações.

O seu deslocamento também pode ser orientado por ondas de rádio, câmeras, ímãs e até mesmo lasers, enquanto o sistema é dirigido por um software e abastecido por baterias.

Vale ressaltar que alguns modelos também podem ser integrados com sistemas de gerenciamento de gestão (WMS), que passam até mesmo a emitir ondas de movimentação para guiar os AGVs.

Esses veículos também podem ser usados para carregar cargas de pequeno a até grande porte, agilizando consideravelmente a organização do seu estoque ou indústria.

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É possível monitorar ou controlar os AGVs?

O monitoramento das atividades dos AGVs é feito por 3 recursos principais, são eles:

  • painel localizador;
  • display gráfico colorido;
  • central de registros e relatórios.

O painel localizador fornece informações sobre onde o veículo está, indicando, por exemplo, se ele está parado a muito tempo em uma mesma área. Já o display colorido, indica em tempo real a localização do robô, além de informar suas condições, identificação é até nível de bateria.

Por fim, a central de registros armazena um histórico de dados sobre tudo do veículo, ajudando na sua manutenção e suporte técnico.

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Como surgiram os AGVs?

O primeiro veículo guiado automatizado foi lançado na década de 1950 pela empresa Barrett Electronics. Os AGVs foram desenvolvidos com a intenção de substituir os pilotos de transporte industrial, por meio de softwares que conseguissem entender e executar as rotas programadas.

O primeiro AGV lançado pela Barrett se tratava justamente de um rebocador, que se guiava por um fio no chão, e não um trilho. A partir desse primeiro modelo, novas versões foram sendo desenvolvidas, chegando até robôs que utilizavam marcadores UV invisíveis no chão para se guiar.

Onde os AGVs podem ser aplicados?

Os AGVs tem seu uso focado na logística industrial. De forma geral, eles costumam ser aplicados no transporte de materiais, deslocamento de contêineres ou palets, distribuição de produtos ou colote de pedidos.

Eles costumam ser especialmente úteis em armazéns, onde existem muitas tarefas repetitivas para levar produtos de um local ao outro, ou até mesmo onde a segurança e a eficiência do transporte dos materiais são críticas.

Outros exemplos de aplicações dos AGVs são:

  • Transporte na produção;
  • Carregamento e descarregamento de materiais;
  • Separação e expedição de cargas;
  • Deslocamento entre estações de trabalho;
  • Recebimento de cargas.

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Por que os AGVs são tão importantes para a indústria?

O uso dos AGVs na indústria otimiza custo, mão de obra, espaço e equipamentos, aumentando a eficiência dos processos e o faturamento.

A tecnologia aplicada aos AGVs sugere que esses veículos sigam uma linha de marcação ou fios, utilizando ondas de rádio, imãs ou lasers para a navegação. Ou seja, os AGVs seguem rotas pré-definidas, sempre com uma infraestrutura física necessária para a circulação.

Segundo Samuel Luiz Bim, Gerente de Engenharia da Selettra, diversos pontos podem ser destacados para explicar a importância dos AGVs dentro do espectro industrial.

Ele ressalta desde melhorias na segurança e ergonomia de processos até a redução de investimentos em infraestrutura dedicada.

“Os custos de implantação são muito reduzidos e, de fato, não só a logística é atendida, mas também o contexto produtivo, tendo em vista que os veículos podem tornar-se a linha de produção de montagem”, explica.

Tem também a questão da segurança, pois muitos processos podem oferecer certos riscos ao profissional envolvido no respectivo trabalho. “Quando o AGV é aplicado, esse risco vai a, praticamente, zero”.

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AGVs versus AMRs

Os AGVs não são os únicos veículos autônomos utilizados no meio industrial e da logística, existindo também os AMRs (Autonomous Mobile Robots). As propostas das duas ferramentas são semelhantes, porém são tecnologias bem diferentes. 

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O que são AMRs?

O AMR, também conhecido como Robô Móvel Autônomo, é um veículo que utiliza de sensores e processadores para realizar o transporte de materiais de forma 100% autônoma, ou seja, sem precisar de nenhum tipo de marcação, guia, ou rota pré-determinada.

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Quais as principais diferenças entre AGVs e AMRs?

A principal diferença entre os AGVs e os AMRs está no seu nível de inteligência e autonomia. Enquanto o AGV depende da criação de rotas pré-determinadas e de uma infraestrutura que sirva de guia para ele, o AMR cria sua rota de forma automática por meio dos seus sensores, sem depender de qualquer equipamento adjacente.

Os AMRs podem, inclusive, desviar de obstáculos dentro do ambiente industrial ou recalcular suas rotas a depender da necessidade, o que proporciona ganhos e economia de tempo.

Por sua vez, os AGVs apresentam mais precisão e repetibilidade como principal vantagem, cuja aplicação no ambiente industrial é super recomendada justamente por essas duas características.

Com relação à manutenção, os AMRs necessitam de acompanhamento preventivo e de desgaste natural, enquanto os AGVs demandam de supervisão e trocas das fitas e tags.

Veja mais algumas das diferenças entre os dois tipos de robôs:

AGV (Veículo Guiado Automaticamente) AMR (Robô Móvel Autônomo)
Requer infraestrutura como fios, RFID, beacons, orientação a laser ou fitas magnéticas para se mover. Usa navegação sem trilhos com mapa interno e sensores.
Adicionar novas rotas ou destinos é complexo e caro. Aprende novas rotas rapidamente e pode ser adicionado à frota em menos de um dia.
É uma tecnologia menos avançada e geralmente mais barata. Pode ser mais caro que AGV, mas econômico devido à implantação rápida e fácil, sem custo de infraestrutura.
Mais confiável por seguir um caminho fixo. Responde ao ambiente em tempo real, podendo variar movimentos.
Instalação lenta e complexa, exigindo infraestrutura em toda a rota. Fácil de instalar e realocar, sem necessidade de infraestrutura significativa.
Seguro devido à previsibilidade e parada diante de obstáculos. Caminhos redirecionados podem causar interrupções no ambiente.
Não coleta ou aprende com dados anteriores. Usa aprendizado de máquina para otimizar operações da frota.

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Quais os benefícios do uso de AGVs

Os AGVs podem substituir as empilhadeiras que são operadas manualmente no gerenciamento de tarefas repetitivas de manuseio de materiais. Além disso, esses veículos são capazes de operar 24 horas por dias, sem a intervenção humana.

Eles ainda agilizam significativamente o transporte de produtos, além da remoção dos gargalos e maior previsibilidade na estratégia de logística.

Outros benefícios do uso de veículos guiados automatizados são:

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Vale mais a pena comprar ou alugar um robô AGV?

O preço de compra dos veículos guiados automatizados varia muito do modelo e do tipo do robô que você deseja adquirir. Questões como a quantidade de carga, peso e tamanho que será carregado, naturalmente impacta no valor a ser pago por ele. 

Dito isso, o valor a ser pago nesses robôs varia entre R$ 5.000 a R$ 10.000 nos seus modelos mais simples, enquanto as versões mais robustas passam da casa dos R$ 100.000,00.

Enquanto isso, do lado dos aluguéis, eles trazem a vantagem de você não precisar arcar com eventuais defeitos e manutenção dos produtos. Além disso, para as empresas que estão no Lucro Real, o aluguel da AGVs pode entrar como despesa mensal, sendo abatido do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ).

Ao escolher entre comprar ou alugar essas máquinas, é importante colocar essas variáveis na balança, e entender qual cenário será mais vantajoso para a sua empresa.

Quer continuar aprendendo sobre robôs e veículos industriais que podem ser utilizados na sua empresa? Então continue com A Voz da Indústria!