Antigo reduto de cientistas sisudos, local quase sagrado fechado a sete chaves, os laboratórios de engenharia não poderiam e não ficaram à margem da imensa transformação digital pela qual passamos.
Hoje o laboratório – quem diria! – tem, além das suas consagradas funções técnicas de desenvolvimento de pesquisas, também a habilidade de colocar ombro a ombro (talvez, melhor dizendo, cabeça a cabeça) profissionais das mais diversas formações trabalhando juntos e fazendo de suas diferenças uma imensa vantagem competitiva.
Este cenário de diversidade gera um campo fértil para refinar as habilidades sócio-emocionais, sejam alunos dos mais diversos graus e cursos e de profissionais e suas indústrias já estabelecidos no mercado.
O laboratório passa a ser o grande catalizador de um ecossistema onde a palavra que mais se escuta é colaboração, uma vez que o tamanho do conhecimento é maravilhosamente amplo e os custos por vezes de difícil digestão. Mas estamos juntos como nunca estivemos. A luta coletiva na pandemia nos mostra claramente isto.
Um ecossistema formado pela indústria de todos os portes, por professores e por alunos. Todos têm seus desafios, mas também têm sua contribuição no conhecimento.
O ambiente VUCA está cada vez mais mostrando as caras: ninguém mais duvida da Volatilidade, Incerteza, Complexidade e Ambiguidade dos nossos tempos. E, em um ambiente assim, juntos somos mais fortes. Parafraseando Darwin, somos mais flexíveis e ágeis nas mudanças, nos tornando mais aptos. Certamente, esse é o caminho que leva à evolução.
Os laboratórios hoje representam um lugar onde indústria e academia podem se escutar mutuamente. Ficou para trás os tempo onde a “teoria na prática é outra”. Teoria e prática são exatamente iguais se formos empáticos nesse olhar. Neste ambiente de salas cheias de equipamentos, podemos desenvolver a capacidade de ouvir problemas e criar soluções para eles, sonhando (e contribuindo) com uma sociedade melhor.
Quem sabe temos realmente a nossa frente a chamada Sociedade 5.0? Um espaço onde homem e máquina, inteligências humana e artificial, encontrem seus devidos lugares para um mundo mais justo e mais pleno de oportunidades para todos.
O professor Mauro Andreassa, autor desse artigo, conduziu um debate sobre o papel dos laboratórios no ensino da engenharia 4.0, no evento de lançamento da Indústria Xperience.