A exportação de máquinas brasileiras é vital para a consolidação da indústria brasileira exportadora, fortalecendo a produção de bens de capital e impulsionando a competitividade industrial. Mas essa trajetória enfrenta dificuldades como queda no ritmo de vendas externas e necessidade de certificações técnicas para exportação.

Apesar disso, a tecnologia brasileira no mercado global abre portas promissoras em mercados-alvo específicos, especialmente quando acompanha boas parcerias comerciais internacionais e infraestrutura de logística internacional. 

Acompanhe a seguir um panorama das exportações do setor de máquinas e equipamentos, explorando seus desafios e caminhos para expansão.

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Panorama da exportação de máquinas brasileiras

Dados recentes da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ) mostram que, de janeiro a abril de 2025, a receita da indústria de máquinas e equipamentos atingiu R$ 92,3 bilhões, um aumento de 13,4% sobre o mesmo período de 2024. As vendas internas tiveram forte alta de 17,1%, totalizando R$ 70,4 bilhões, mas as exportações de equipamentos industriais caíram 7,8%, somando US$ 3,7 bilhões .

O recuo das exportações foi acentuado para a América do Norte, com queda de 22,7% no acumulado anual, apesar de um crescimento pontual de 41,6% em abril. Os EUA, principal mercado, registraram queda de 22,4% em 2025. Em paralelo, as importações cresceram 11,8%, atingindo US$ 10,4 bilhões, pressionadas pela entrada de máquinas pesadas oriundas da China (33%) .

Esse cenário demonstra que, embora a exportação de máquinas pesadas sofra com retração em mercados tradicionais, há espaço para diversificar mercados-alvo e explorar novas oportunidades comerciais.

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Quais são as oportunidades de exportação de máquinas brasileiras?

Mesmo diante de oscilações no mercado global, o Brasil tem se mostrado cada vez mais competitivo na exportação de máquinas, com destaque para segmentos específicos e novos destinos comerciais em ascensão.

Um dos setores mais promissores é o de máquinas agrícolas brasileiras no exterior. O país possui uma base agroindustrial robusta, o que favorece a expansão internacional desse tipo de equipamento. O Brasil pode se tornar um player ainda mais relevante no setor ao investir em inovação, diversificar fornecedores e estruturar melhor o atendimento pós-venda.

Além do agronegócio, os mercados-alvo para exportação vêm se ampliando geograficamente. Um exemplo concreto é a Arábia Saudita, que em 2024 mais que dobrou suas compras de máquinas e equipamentos brasileiros em relação a 2023 — um aumento de 119,8%, totalizando US$ 169 milhões. 

Segundo a ABIMAQ, o maior volume foi de equipamentos navais e offshore, somando US$ 115 milhões (68,2% do total), além de aquisições em logística, construção civil e componentes industriais. Os dados, divulgados pela Sopesp, reforçam o potencial da região como destino para a venda internacional de máquinas.

Esse movimento acompanha um avanço geral nas exportações para países árabes, que movimentaram US$ 722 milhões em 2024 — alta de 63,8% frente a 2023 — indicando uma oportunidade concreta para a indústria brasileira exportadora diversificar mercados e fortalecer sua presença no Oriente Médio e além.

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Quais são os desafios da exportação de máquinas brasileiras?

Apesar do potencial produtivo e tecnológico da indústria brasileira exportadora, o cenário internacional impõe obstáculos importantes à expansão das vendas externas, especialmente no setor de máquinas e equipamentos.

Um dos principais entraves é a concorrência com grandes players internacionais, como China, Estados Unidos e Alemanha. Esses países possuem alto volume de produção, subsídios governamentais estratégicos e forte presença comercial consolidada. 

Disputar espaço com marcas que dominam a cadeia global de suprimentos exige diferenciação tecnológica, competitividade em preço e excelência em certificações técnicas para exportação.

Além disso, a alta dos juros tem um impacto direto sobre o setor, especialmente no mercado de máquinas agrícolas brasileiras no exterior. Em 2025, a ABIMAQ apontou os juros elevados como o maior entrave para o crescimento das vendas. Com a taxa Selic podendo chegar a 15%, os juros finais ao produtor podem chegar a 20%, o que compromete o financiamento da produção e a capacidade de compra dos clientes internacionais.

moeda com símbolo de subida representando os desafios da exportação de máquinas brasileiras

Outro desafio crescente é a instabilidade nas tarifas internacionais, que afeta diretamente a venda internacional de máquinas. Alterações nas políticas comerciais, como as aplicadas pelos Estados Unidos, impactam a competitividade do Brasil mesmo que os volumes exportados para o país ainda não sejam os mais expressivos. 

Essas mudanças podem afetar desde a demanda global por equipamentos até os custos logísticos e de suprimentos — fatores que exigem atenção constante por parte das empresas brasileiras do setor.

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