Responsáveis por aumentar a vida útil do motor ao evitar paradas bruscas em equipamentos, tanto o inversor de frequência quanto o soft starter são dispositivos de suma importância para indústrias.

Porém, mesmo sendo amplamente utilizados e altamente necessários em motores elétricos, muitos profissionais desconhecem o funcionamento destes dispositivos, com características distintas e aplicações diferentes.

Para melhor entender a função deles, conversamos com Felipe Martins e Gustavo Batista, promotores técnicos da Reymaster Materiais Elétricos.

Continue a leitura e entenda tudo sobre o inversor de frequência e a soft starter, suas aplicações e as estratégias para dimensionar estes dispositivos.

O que é um inversor de frequência e uma soft starter?

Implementar sistemas de segurança para parada de emergência e reduzir consideravelmente a sobrecarga na partida do motor, aumentando a sua vida útil. Estes são os principais objetivos de uma indústria que investe em um inversor de frequência e/ou soft starters.

“Estes equipamentos geram significativa economia, com uma redução de até 50% no consumo de energia ao utilizar drives”, completa Batista.

Primordial em vários setores dentro de uma indústria, os inversores de frequência estão presentes em máquinas simples ou pesadas, sendo fundamentais em qualquer equipamento que gere demanda do controle de energia elétrica.

“O inversor de frequência é um dispositivo para acionamento de motores que possibilita a variação da velocidade de rotação, variação do torque do motor e ajustes de tempo de partida e de desaceleração”, explica Martins.

Mas, além do inversor de frequência, outro equipamento muito utilizado nas indústrias é a Soft Starter. “Semelhante a um drive, a soft starter é um dispositivo capaz de atenuar a corrente de pico na partida de motor. Como o próprio nome diz, promove uma partida suave. No entanto, não é possível controle de velocidade e torque”, diz Martins.

Este dispositivo é principalmente utilizado em centrífugas, ventiladores, bombas, compressores, transportadores, trituradores, misturadores, elevadores de carga, moinhos e prensas.

Como instalar e monitorar o funcionamento destes dispositivos?

Tanto o inversor de frequência quanto a soft starter devem ser instalados respeitando as informações em manuais do fabricante no que diz respeito à posição de montagem e ventilação.

Para os inversores, é preciso ter atenção às tensões de alimentação do inversor e do motor conectado a ele. “Essa atenção é importante porque os inversores trabalham com tensões fixas”, diz Martins. Pode ser utilizado para proteção dos inversores, fusíveis e seccionadoras.

Já as soft starters possuem uma faixa de tensão para conexão de motores. Deve-se, no entanto, se atentar às tensões de comando, que podem ser 110-220VCA ou 24VDC.

Além disso, as soft starters já atuam como proteção para o motor, mas há a possibilidade de utilizar Disjuntores para proteção da própria soft starter, o que representa uma segurança a mais.

Quanto ao monitoramento, ele pode ser feito de várias formas. A mais simples é o uso dos IHMs de operação (interface homem-máquina), muito comum em inversores e em soft starters mais robustas.

Também há a opção de adotar programas desenvolvidos pelas fabricantes, que permitem até mesmo a parametrização dos dispositivos e integração com sistema supervisório.

Para facilitar, o equipamento vem parametrizado de fábrica para partida imediata do motor.

E como dimensionar estes dispositivos para sua necessidade?

Outra grande dúvida de gestores de uma indústria ao escolher um inversor de frequência ou soft starter é realizar o dimensionamento destes dispositivos. Mas esse é um processo simples.

Antes de qualquer coisa, é preciso saber qual a aplicação o motor está operando. “Existem diferentes dispositivos para diferentes aplicações e isso serve tanto para Drive quanto para Soft starter”, explica Martins.

Já a corrente que irá acionar os motores deve ser especificada com base na corrente nominal do motor. A corrente do inversor de frequência e soft starter deve ser 20% maior que a corrente nominal do motor para garantir o bom funcionamento do mesmo.

Por fim, para inversores de frequência, é necessário saber o tipo de comunicação e se a aplicação exige a utilização de encoder para atualização de posição.

Dessa forma, antes de instalar estes dispositivos em seus motores, certifique-se de conhecer todas as informações e necessidades, para que assim possa escolher a melhor e mais segura opção para realizar este processo.