A 30ª edição da Conferência das Partes (COP30), marcada para o dia 10 de novembro deste ano, aqui no Brasil, é um dos eventos mais importantes do mundo. Ele traz discussões e definições para o enfrentamento das mudanças climáticas e saúde do planeta, bem como propostas de um futuro sustentável. Por isso, é importante entender o papel da indústria na COP30.
Promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU), dentro do Quadro das Nações Unidas sobre Mudança no Clima (UNFCCC, em inglês), a conferência acontece anualmente, alternando entre os países envolvidos com a pauta da organização.
Em solo nacional, a COP30 será realizada na cidade de Belém (PA), sendo a primeira vez na região amazônica. A saber, a respectiva cúpula foi criada após a Rio-92, reunindo representantes de quase 200 países, os quais revisarão e avançarão com os compromissos globais.
Todos eles relacionados à:
- Redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE);
- Adaptação às mudanças climáticas;
- Financiamento sustentável e climático;
- Transição energética;
- Preservação ambiental.
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Qual é a relevância mundial da COP30?
A COP30 é especialmente significativa por diversos motivos. A edição vigente, por exemplo, está estrategicamente localizada (no coração da Amazônia), segundo os organizadores, dando visibilidade global para a maior floresta tropical do mundo. A propósito, a Floresta Amazônica exerce um papel fundamental no equilíbrio climático do planeta.
Para Emanuel Pessoa, especialista jurídico em Direito Empresarial, essa edição tem um potencial a mais para redefinir os rumos no combate à crise climática global. “O Brasil pode assumir o protagonismo nas negociações internacionais, não apenas como anfitrião, mas como líder em soluções ambientais”, afirma.
Conforme a organização da COP30, neste ano, os países deverão apresentar novas metas climáticas – mais ambiciosas – numa pauta chamada “novo ciclo de Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs)”. E a própria conferência será o palco para a avaliação e reforço de tais compromissos.
Outro ponto relevante do evento da ONU é a pressão por ações mais concretas, uma vez que a ciência vem apontando riscos iminentes para o mundo, como o de ultrapassar o limite de 1,5°C de aquecimento global, estabelecido no Acordo de Paris.
Ou seja, a COP30 significa uma oportunidade valiosa para garantir que os países adotem medidas mais rápidas, responsáveis e eficazes em prol da preservação do planeta.
Por sua vez, o Brasil poderá ainda reafirmar o seu papel de liderança na pauta ambiental e climática. Como? Destacando iniciativas voltadas à preservação das florestas, à bioeconomia e ao desenvolvimento sustentável. Isso, em diferentes âmbitos, incluindo o setor industrial.
Emanuel explica aos leitores do portal A Voz da Indústria que a crescente valorização dessas ações reflete uma mudança de mentalidade. “Mais do que atender a exigências regulatórias ou agradar investidores, adotar critérios de sustentabilidade, responsabilidade social e boa governança se tornou um diferencial competitivo”.
Qual é a participação da indústria na COP30?
Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o setor vem mantendo uma presença estratégica nas COPs ao longo dos anos. Na 30ª edição, essa verdade será ainda mais relevante. A entidade representará mais uma vez a indústria brasileira, de modo a garantir que os interesses do segmento estejam alinhados com os compromissos climáticos.
De acordo com a CNI, uma ampla articulação foi iniciada para a COP30, com foco em quatro pilares.
O primeiro é a representatividade, já que a entidade levará uma delegação representativa do setor industrial para promover um diálogo com as autoridades e organizações presentes. O segundo pilar diz respeito ao diálogo internacional, pois o objetivo é ampliar a cooperação com parceiros globais, a fim de fomentar soluções integradas para a resolução das mudanças climáticas.
Já o terceiro ponto aqui são as propostas de políticas públicas. A CNI elaborou contribuições para as políticas voltadas à descarbonização da economia, inovação tecnológica e competitividade industrial sustentável. E o quarto pilar fica por conta do espaço brasileiro que haverá no evento, onde serão apresentados projetos, tecnologias e boas práticas do setor industrial no combate às mudanças climáticas.
Iniciativas e resultados
“Todo esse contexto mostra que é essencial destacar a relevância das práticas ESG no universo corporativo”, destaca Emanuel. Sabemos, inclusive, que o setor industrial desempenha um papel essencial na programação de práticas sustentáveis. Por isso, diversas iniciativas vêm sendo promovidas pelas empresas para posicionar estrategicamente a manufatura como parte da solução e não do problema.
Entre as principais frentes da indústria na COP30, destaque para transição energética, economia circular, inovação tecnológica, neutralidade de carbono e mercado de carbono.
Segundo a CNI, a conclusão dos respectivos trabalhos pré-evento resultará em uma agenda de recomendações que será apresentada pelo setor produtivo tanto à presidência da COP quanto ao Governo Federal. “A perspectiva é garantir o compromisso do setor privado com as metas para redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE)”, ressalta a entidade.
Resumindo, a indústria brasileira visa o protagonismo na construção de um modelo de desenvolvimento que mescle inovação, geração de empregos e preservação ambiental. Certamente, a COP30 abrirá as portas para essa transformação.
“Esse protagonismo também passa, inevitavelmente, pelo setor privado que estará fortemente representado na COP30, e com altas expectativas”, pontua Emanuel. E ele finaliza: “a transparência será colocada à prova. À medida que os holofotes estiverem voltados para Belém, também estarão voltados para a coerência entre o que as empresas dizem e o que de fato fazem”.
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